Um dos tópicos mais importantes do Programa Lares Geraes Habitação Popular, do Governo de Minas, implementado pela Companhia de Habitação do Estado de Minas erais (Cohab-MG) é a construção de casas especiais para cadeirantes. Baseada na Norma Brasileira 9050/2004 ? acessibilidade a edificações, espaços e equipamentos urbanos ? mais essa inovação do programa reforça o seu caráter social e de promoção da cidadania e também cumpre a lei estadual nº 17.248/2007. Desde que esta lei foi sancionada em 27 de dezembro de 2007 pelo governador Aécio Neves, COHAB, passou a destinar aos candidatos portadores de deficiências físicas até 12% das moradias dos conjuntos habitacionais que constrói.
A contar de julho do ano passado, quando se iniciou a execução do projeto da Casa Especial Cohab, 77 residências foram construídas para pessoas portadoras de necessidades especiais. Dessas, 41 já foram entregues. Atualmente, a Companhia tem uma demanda para a construção de 80 casas, distribuídas entre 47 municípios mineiros.
Cerca de 40% mais espaçosa que a cada padrão, a casa especial tem áreas maiores e banheiro adaptado para cadeirantes. No total, a residência tem 51,45 m² de área: cerca de 15m² maior do que o padrão habitacional adotado pela companhia. Além do espaço maior, o lote em que a casa é construída deve ser plano e o piso não pode ter desníveis. Essas e outras características técnicas da casa levaram a Cohab-MG a ganhar o Selo do Mérito 2008, concedido pela Associação Brasileira de Cohabs e pelo Fórum Nacional de Secretários de Habitação e Desenvolvimento Urbano.
Dentre os beneficiados pela Casa Especial Cohab, um exemplo de luta e persistência é Marcos Júnior Queiroz Tadim, 21 anos. Ele vive numa cadeira de rodas desde os dez anos, quando se manifestou uma doença degenerativa que enfraquece os músculos, impedindo-o de andar. Nessa ocasião teve de abandonar os estudos, que retomou há dois anos, frequentando a escola Patrício Paes de Carvalho, onde cursa simultaneamente o 7º e 8º períodos, dentro do projeto ?Acelerar para vencer?.
A família ? ele, sua mãe, Maria José, 52 anos, e a irmã Angélica, 19 anos ? morava de favor em casa que foi de seus avós, reivindicada por outros 12 herdeiros, o que lhes trazia frequentes constrangimentos. Pensionista do INSS, Marcos é o titular do financiamento do imóvel, pois foi o único que podia comprovar seus rendimentos. Por isso, está particularmente feliz com a conquista da casa própria, que equivale à conquista de sua independência.
O dia 15 de agosto de 2009 foi uma data marcante para ele, pois foi um dos contemplados com uma das 29 casas do Conjunto Habitacional Antônio Sinhô II, no município de Sabinópolis, região Leste de Minas. Mas a moradia que lhe coube não é uma casa comum, mas exatamente um imóvel dotado de equipamento próprio para facilitar a vida do portador de deficiência.
Uma das vantagens da nova moradia – a topografia plana do terreno – favorece a movimentação do cadeirante. ?Lá onde a gente morava era só morro, não podia sair de casa, a não ser para ir à escola, no carro da prefeitura. Agora vou poder passear na pracinha ou na igreja, que ficam perto?, diz Marcos. A moradia especial conquistada por ele, assim como por vários cadeirantes nas mais diversas cidades mineiras, é fator essencial para o conforto e a dignidade dos portadores de deficiência.

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