As inúmeras críticas feitas à organização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, parecem não abalar o Comitê Organizador Local (COL) da competição. Isto foi o que transpareceu o chefe executivo da entidade, Ricardo Trade, na segunda-feira (21). O dirigente mostrou otimismo em relação à realização do torneio no Brasil, lembrou-se de um caos no Mundial da África do Sul, em 2010, e projetou uma Copa de 2014 superior à de 2006, na Alemanha.
Podemos ser melhores que a Alemanha. Somos imbatíveis em celebração. Dentro do estádio, pretendemos ter uma Copa melhor que a deles, ressaltou o homem responsável por boa parte dos assuntos relacionados à organização do Mundial do ano que vem.
Quando questionado sobre os problemas nos aeroportos brasileiros, Trade lembrou de uma experiência vivenciada há quatro anos, durante a Copa do Mundo da África do Sul, e deu a receita para que o Brasil não sofra com a desorganização no transporte: Instalação de voos diretos entre cidades para os dias de jogos, além da disponibilidade de banheiros químicos e assentos provisórios para atender à demanda de passageiros.
Na África do Sul, fui a dois jogos como espectador. Em Port Elizabeth, o aeroporto era um caos. Por exemplo: se Natal vai receber um jogo como México x Inglaterra, será que não se consegue colocar mais 30 banheiros químicos no lado de fora, mais 600 cadeiras dentro do aeroporto para atender aquele dia? A partir do momento em que se decidirem onde as equipes vão jogar, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) vai estudar a possibilidade de voos diretos entre cidades, que não existem. Porque vai ter demanda, garantiu.
Sobre as manifestações públicas, que assombraram os dirigentes da Fifa durante a Copa das Confederações e colocaram em xeque a realização do Mundial no Brasil em 2014, Ricardo Trade não se mostrou contrário, mas também isentou a entidade que gere o futebol mundial de qualquer culpa relacionada aos problemas sociais vividos pelo País.
Elas (manifestações) ocorrem e fazem parte, somos um país democrático. O governo federal deu, em 2007, garantia de segurança, de que o direito de ir e vir não vai ser afetado, de que as pessoas vão poder chegar aos estádios, os árbitros, a imprensa. Isso é importantíssimo que seja mantido. Em alguns momentos reforçamos segurança interna nas instalações. Para o futuro, acho que é preciso comunicar melhor o que a Copa traz de bom, disse, antes de acrescentar: Mas não se pode nos entender como responsáveis pelos anseios por saúde, educação, que são legítimos.
No fim, Trade ainda defendeu a utilização de estruturas temporárias para as cidades-sede durante o Mundial. Recentemente, o Ministério Público sugeriu que elas não fossem adotadas. Segundo o dirigente, porém, ginásios como Maracanãzinho (Rio de Janeiro), Mineirinho (Belo Horizonte) e Gigantinho (Porto Alegre) serão importantes para a boa realização da Copa.
Para os estádios não se tornarem elefantes brancos, coloca-se as estruturas temporárias em volta. Por exemplo, vou usar o Gigantinho, o Maracanãzinho e o Mineirinho como estrutura? Sim. Tudo que puder usar e já exista, para não incorrer em custos, será usado. A Copa não existe sem estruturas temporárias. São uma forma de não incorrer em custos que seriam definitivos, decretou.

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