Reconstrução. A noite da quarta-feira, 22 de janeiro de 2020, marcou uma nova era para o torcedor do Cruzeiro. A vitória por 2 a 0 sobre o Boa Esporte, no Mineirão, não significou apenas três pontos na estreia do time no Campeonato Mineiro. O triunfo sobre a equipe de Varginha também foi o ponto de partida na tentativa de a Raposa se reerguer em meio à pior crise de seus 99 anos de história.

Nesse processo, o torcedor celeste é peça fundamental, como ficou claro nesta quarta. Com apoio incondicional desde o início do duelo, os 9.945 cruzeirenses que compareceram ao Gigante da Pampulha deram mais uma amostra de que vão abraçar o clube e conduziram os comandados de Adilson Batista à vitória.

Antes de a bola rolar, o goleiro Fábio e os zagueiros Léo e Cacá, remanescentes do ano passado e pilares para esta temporada, foram ovacionados pelos torcedores. A exceção foi Edílson, que também permaneceu, mas sofreu vaias, muito em função dos episódios conturbados e das más atuações do ano passado.

Além dos gritos que vinham da arquibancada, os torcedores mostraram muita paciência com os jovens jogadores que entraram em campo com a responsabilidade de ajudar na reconstrução de um dos maiores clubes do país.

Nem mesmo os erros, a maioria deles fruto da inexperiência e da ansiedade dos garotos, foram motivos para vaias. Em meio a um jogo arrastado, em que o Boa atuava bastante recuado, o torcedor foi ao êxtase aos 18 minutos. Ao ver o jovem Thiago aproveitar cruzamento de Maurício pela esquerda e cabecear para abrir o placar, os cruzeirenses soltaram um grito que estava entalado na garganta desde o dia 23 de novembro, data do último gol celeste, ainda pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2019 (4 a 1 para o Santos).

O atacante Thiago chegou ao clube no ano passado por empréstimo até o fim de 2020 junto ao modesto Verê, do Paraná (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)

Tensão e alívio

A queda de rendimento físico do Cruzeiro e a necessidade de buscar o empate fizeram com que o Boa se lançasse mais ao ataque no segundo tempo. Mesmo sem levar perigo a Fábio, as investidas do time comandado pelo técnico Nedo Xavier deixaram o torcedor apreensivo.

Mesmo tensos, os cruzeirenses não cessaram os incentivos e foram premiados aos 41 minutos, quando Welinton puxou rápido contra-ataque pela direita e finalizou na saída do goleiro Renan Rocha para decretar a vitória celeste e o alívio dos cruzeirenses que vieram ao Mineirão.

Após o apito final, já sob uma forte chuva que caia no Gigante da Pampulha, jogadores e comissão técnica se reuniram no gramado para saudar os torcedores. Reconhecimento merecido àqueles que são (e serão) peças fundamentais para a reconstrução do Cruzeiro.

 

Fonte: Hoje em Dia ||
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