Há mais de 20 dias, 274 alunos da rede municipal de ensino que se beneficiavam de cartões de passe livre, até então abastecidos mensalmente com os créditos necessários para o transporte em lotações que circulam pela cidade, estão indo a pé para as escolas.

O problema foi gerado pelo atraso nos pagamentos junto à empresa de transporte do município.

O secretário de Educação, Geraldo Reginaldo, confirmou os atrasos, mas informou que detalhes sobre a possível data de pagamento só poderia ser obtidos junto à secretária de Fazenda, Maria Cristina de Oliveira. Geraldo, acompanhado pela responsável pelo setor de transporte da pasta de Educação, Rose Matrangolo, explicou que, por lei, as passagens devem ser fornecidas e bancadas com verba do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica(Fundeb), apenas em casos de alunos da zona rural. Porém, há anos que os alunos de bairros mais distantes da cidade têm acesso às passagens.

“Antes mesmo que ocorressem os atrasos, já havíamos divulgado nas escolas que os alunos deveriam fazer suas carteirinhas de estudante, pois, por meio delas, eles têm direito a 50% do valor da passagem, o que nesse momento já minimizaria o problema, porém muitos não fizeram” explicou Rose que informou ainda, que a carteira de estudante deve ser feita na Secretaria de Desenvolvimento Humano. os documentos necessários são: declaração escolar, comprovante de endereço, xerox de RG ou certidão de Nascimento.

A dívida da Prefeitura com a empresa de transporte público é de cerca de R$50 mil. “Tentei ajuda junto ao presidente da Câmara, Evandro Donizeth da Cunha (Piruca), pedindo apoio nesse caso, mas ele me explicou que a Câmara não tem condições de nos ajudar, pelo menos até o fim de outubro”, comentou o secretário.

Na segunda-feira (14), mães de crianças que estão sem o benefício estiveram na Câmara Municipal e pediram ajuda aos vereadores para uma solução e ouviram a mesma informação por parte do presidente da Casa.

“Eu não tenho condições de arcar com os gatos com as passagens dos meus três filhos. Os que estudam de manhã saem de casa cedo e quando retornam chegam com muita fome e o que estuda de tarde, está chegando em casa por volta das 19h. Isso sem falar no sol forte que todos enfrentam, correndo o risco de pegarem uma insolação”, comentou uma das mães presentes.

“Meu filho não está indo todos os dias à escola porque não aguenta andar tanto. É um absurdo fazerem isso com uma criança”, comentou outra mãe.

O jornal buscou informações junto à administração sobre a previsão de pagamento, que infromou que a Secretaria de Fazenda está trabalhando para regularizar os pagamentos o mais rápido possível.

 

 

Lorene Pedrosa

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