Festas de final de ano, férias, presentes. Nem mesmo o dinheirinho extra de dezembro, como o 13º, é capaz de bancar esse conjunto de despesas se não houver um bom planejamento. Para evitar que a festança se transforme em dívidas em janeiro, é preciso organização e sabedoria para estruturar o orçamento e começar 2019 com as contas em dia. Mas é bom preparar o bolso para despesas como IPVA, IPTU, além de matrícula e material escolar.

O economista Márcio Salvato destaca que é preciso ter em mente que, apesar da receita extra gerada pelo 13º e, em alguns casos, pelas férias, o início do ano também vem recheado de despesas e podem acabar em endividamento.

“É essencial fazer o provisionamento para as contas de janeiro, como material escolar, IPTU e IPVA”, afirma, orientando ainda a nunca parcelar as compras de Natal para não gerar mais despesas no começo do ano.

O consultor financeiro Guilherme de Almeida Prado, mestre em Administração de Empresas pela FGV, afirma que é necessário romper velhos hábitos e desenvolver a cultura da economia.

“Toda mudança financeira exige novos hábitos e uma dedicação maior, no início do processo, para que seja incorporada de forma natural na família. Para isso, acredito que é preciso criar recompensas, envolvendo todos os membros, inclusive as crianças. Na economia no final de ano, o ganho será entrar janeiro sem sufoco de ter que deixar de pagar as contas”, afirma o consultor, acrescentando que, para os filhos, a recompensa pode vir com a compra de um item diferente para o material escolar, por exemplo.

Para o consultor de finanças Paulo Vieira, o primeiro passo é fazer uma planilha de receitas e despesas que dê uma boa visão da realidade financeira da família e possibilite o planejamento para o ano que vem.

“É interessante montar uma tabela de ganhos e gastos, em um papel ou no computador, para ter a noção real das condições e poder administrar o dinheiro de forma responsável”, explica. Segundo ele, os aplicativos dos bancos também costumam oferecer boas planilhas de planejamento financeiro pessoal, que podem ajudar no controle.

Com as contas bem analisadas, uma boa dica é utilizar o 13º para quitar as dívidas atrasadas. “As taxas de juros costumam ser altas e atrapalham muito a saúde financeira das famílias. Por isso, é indicado usar os valores adicionais para pagar ou reduzir o endividamento”, afirma o economista Márcio Salvato.

O jornalista Igor Rocha está no caminho certo. Após ficar desempregado no início do ano, ele acabou devendo algumas parcelas do Fies e, após fazer as contas, viu que era possível quitar a dívida com o salário extra de dezembro. “Vou pagar o valor integral, para começar o ano com as contas normalizadas”, diz.

Economista avalia que pagar IPTU e IPVA à vista é boa opção

Especialistas garantem que pagar o IPTU e o IPVA à vista também pode ser uma boa forma de economizar, desde que o valor correspondente aos impostos esteja, de fato, sobrando.

Com faturas emitidas sempre no início de cada ano, as taxas incidentes sobre veículo e moradia podem ser parceladas, mas o pagamento integral dá descontos atrativos, garante Guilherme Almeida, economista da Fecomércio.

Segundo ele, em Minas Gerais o desconto aplicado para pagamento à vista do IPVA é de 3% e, o do IPTU, chega a 4%, dependendo do município.

“Ambos são superiores ao percentual de rendimento da maioria dos investimentos de renda fixa, como LCI e poupança”, afirma o especialista.

Por isso, o consumidor que dispuser do valor integral reservado para o pagamento das parcelas, deve optar por quitar à vista.

Mas Guilherme Almeida faz uma ressalva: “Isso vale apenas para quem realmente tiver folga financeira e não possuir dívidas. Se o pagamento à vista for comprometer outros compromissos, como a matrícula escolar e as contas fixas, é melhor optar pelo parcelamento para não ter o nome negativado”, explica.

Negociação

Caso haja, de fato, folga financeira que permita pagamentos à vista, o especialista recomenda estender as negociações também para outras despesas de janeiro, como as escolares. “Dá para tentar bons descontos. É vantajoso tanto para quem paga quanto para quem recebe”, afirma o economista Guilherme Almeida.

 

 

Fonte: Hoje em Dia ||

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