O gostinho do Natal já pode ser sentido nos panetones que invadiram supermercados e padarias. Para a indústria, não parece que ainda faltam quatro meses para dezembro. Setores como vestuário, calçados e embalagens estão contratando para dar conta das encomendas e esperam um crescimento médio de 10% em relação ao ano passado. No varejo, já é possível ver Papai Noel, bonecos de neves e enfeites nas prateleiras.
O presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Minas Gerais (Sindivest), Michel Aburachid, diz que o setor está procurando mão de obra. Até julho, estávamos com crescimento de 10%, no segundo semestre costuma ser melhor, o que será facilitado com a recente redução da taxa de juros que o Banco Central fez, afirma Aburachid, que espera manter o mesmo ritmo de crescimento.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Celulose, Papel e Papelão no Estado de Minas Gerais (Sinpapel), Antônio Eduardo Baggio, diz que o ritmo das encomendas sinaliza que o Natal será no mínimo igual ao do ano passado e afirma que as contratações já começaram. Temos 33 mil empregos e, nessa época, aumentamos o quadro de 15% a 20%, afirma Baggio.
O presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Minas Gerais (Sindicalçados), Jânio Gomes, é dono da fábrica Junia Gomes. Atualmente, como temos várias feiras ao ano, os lojistas compram menos, mas compram mais vezes. E, ao que tudo indica, devemos ter um aumento de 5% a 10% nas encomendas, afirma Gomes.
Varejo. O Sam´s Club já está repleto de enfeites de Natal. As vendas dos produtos começaram em agosto. A rede informa que neste ano os preços estarão em média 20% mais baratos em relação a 2010. A assessoria de imprensa justifica que a baixa do dólar influenciou diretamente as negociações e reduziu os preços.
Contrapeso. Segundo avaliação do gerente-executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, mesmo com a redução da taxa de juros, que estimula consumo e investimentos, o Natal pode não ser tão bom.
Segundo ele, ainda que a queda na taxa de juros a partir de setembro vá favorecer a demanda doméstica, melhorando as condições de crédito, o impacto da crise internacional na economia do país deve impedir a expansão do setor, que já vem desacelerando em relação ao começo do ano.

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