Obama mente, a gente morre!, Sarkozy mente, a gente morre foram parte das palavras de ordem lançadas na tarde desta segunda-feira (19) por cerca de 500 ativistas de distintas partes do mundo nas instalações da XVIII Conferência Internacional da Aids, que acontece em Viena, Áustria, até o dia 23.
Grupos da sociedade civil, como médicos sem fronteiras, redes de trabalhadoras sexuais de diferentes partes do mundo, pessoas com HIV da África e do Leste da Europa e ativistas mexicanas de Católicas pelo Direito a Decidir e Associação em Pró de Servidores, iniciaram o evento ontem um comício na esplanada do Messe Wien Conference Center, sede da reunião e, com a demanda de dignificar o trabalho sexual, ingressaram no recinto.
Uma visita à Aldeia Global em meio de aplausos e com perguntas sobre quanto custaria uma pílula do tratamento da aids e solicitações para deter o estigma e a discriminação na sociedade, o grupo de ativistas, o qual, a seu passo, somava mais gente ao contingente, seguiu o passo à área de sessões.
As palavras de ordem lançadas no interior do prédio faziam com que pessoas nos salões de sessões saíssem ao corredor para ver o que ocorria. Alguns aplaudiam ao passo do contingente que em cada oportunidade recordava que cada erro na matéria provocava mortes e que o pagamento de 30 centavos de dólar por dia podia por uma pílula podia permitir que as pessoas vivessem.
A parada seguinte do contingente foi a área onde os farmacêuticos e programas nacionais de diversos países contra o HIV têm seus stands informativos. A maior parte das críticas aconteceu no contingente dos Estados Unidos. Neste, colocaram vários decalques que recordavam ao presidente Barack Obama os compromissos adquiridos durante a campanha.
O contingente seguiu seu caminho até posicionar-se nas imediações do salão principal, onde aconteceria o ato de inauguração. Quatro balões de hélio com o rosto de Barack Obama e diversas palavras de ordem foram colocados no lobby do lugar. Por sua vez, todos os ativistas se deitaram no chão em recordação a todas as pessoas falecidas por causa da epidemia.
Posteriormente decidiram invadir o ato inaugural e tomar o cenário. A princípio, os assistentes pareceram desconcertados, no entanto, ao observar que os manifestantes não paravam com o grito de suas demandas, começaram a aplaudir. Muito depois, Julio Montaner, organizador desta conferência e presidente da Sociedade Internacional de Aids, somou-se às exigências deles.
Desta maneira, tanto ativistas quanto participantes se comprometeram a pressionar o governo da França, sede da próxima reunião do G8 e G20, para que se discuta o tema do Acesso Universal e não continue com a violação aos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV.
A primeira dama da França, Carla Bruni, comprometeu-se com esta causa e está a favor de uma maior prevenção para erradicar a epidemia. Esperamos que Sarkozy siga o conselho de sua esposa, sentenciou Montaner.

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