Durante a reunião da Câmara Municipal de segunda-feira (18), o vice-presidente da Casa, Reginaldo Henrique dos Santos (Dr. Reginaldo/PCdoB) informou sobre a compra do terreno para a sede própria do Legislativo. Ele concedeu entrevista a membros da imprensa afirmando que o terreno já estava comprado, informando inclusive o valor e metragem.
O assunto foi divulgado em parte da imprensa formiguense, mas, na manhã desta quarta-feira (20), a imprensa foi convocada para uma coletiva para esclarecer o assunto. Em coletiva na tarde desta quarta-feira (20), o presidente Edmar Ferreira esclareceu alguns equívocos sobre a polêmica compra do terreno para a sede própria da Câmara.
Na verdade, o Legislativo tem R$ 660 mil para a construção e não R$ 700 mil como foi divulgado. Porém, esses R$ 660 mil já estão perdidos, serão anulados agora em dezembro, pois tem que devolver para a Prefeitura, infelizmente se nós ficarmos com esse dinheiro, no ano que vem, não vem o repasse, então, perdemos o dinheiro, acabou, não tem o dinheiro mais. O dinheiro está lá, mas tem que ser devolvido. Esse assunto da construção da sede da Câmara deveria ser tratado comigo desde o início do ano, pois eu que sou o presidente?, desabafou Edmar Ferreira.
O presidente do Legislativo explicou que, na manhã de terça-feira (19), ele e a secretária Flávia Gonçalves foram até um terreno localizado à avenida Arnaldo Barbosa, bairro Santa Luzia. ?Estamos com desejo de comprar esse terreno. As avaliações estão em torno de R$ 240 mil, R$ 250 mil aqui na Câmara de dinheiro, para que seja comprado, mas não tem nada feito, apenas negociações. O que ele [Dr. Reginaldo] falou não sei de onde ele tirou, infelizmente, é uma mentira, não é verdade, eu não comprei nada ainda e, como eu sou o presidente, não tem nada comprado, ainda está em avaliação. Até disse que se for comprar é com o dinheiro da Câmara, e não com o dinheiro que ele economizou antes. Infelizmente, até esses R$ 660 mil no fim do ano têm que ser devolvidos para a Prefeitura, não podemos usar esse dinheiro mais, ele não existe mais. Se ficarmos com esse dinheiro para construir agora, não vem o repasse no ano que vem. O empenho vai ser anulado em dezembro, esse dinheiro teria que ser gasto na construção ali em cima [próximo à Casa do Engenheiro] e infelizmente o juiz bateu o martelo e não pode, acabou?.
Ele afirmou que o terreno ainda não foi adquirido?Infelizmente está errado, é mentira, não é verdade, eu não comprei, quero comprar, está encaminhado para ser comprado, estamos analisando, o nosso desejo é comprar, só que não ta fechado ainda?.
Questionado pela redação do jornal Nova Imprensa e do portal Últimas Notícias de que o vice-presidente da Câmara, Dr. Reginaldo, teria dito que assinou um cheque no valor de R$ 240 mil na sexta-feira passada (15), que teria conversado com o contador da Câmara, Luís Roberto, e que estava tudo certo, Edmar Ferreira exclamou ?Ele tá doido, ele não pode falar isso não. Não sei disso não. Ele assinou um cheque? Não é aqui na Câmara não, então é em outro lugar. Se tiver que assinar, terá que ser eu, que sou o presidente aqui. Eu posso assinar cheque com o Henrique, sem ele [Reginaldo], mas, ele sozinho não tem como não?.
O presidente da Câmara chamou o contabilista legislativo, Luís Roberto Marcelino para mais esclarecimentos. O contabilista disse que Reginaldo ligou para ele para falar sobre o terreno e que nem se lembrava bem da conversa não. ?Ele me perguntou se esses R$ 240 mil ia ser dos R$ 660 mil, acho que foi mais ou menos isso. Mais teria que ser do orçamento deste ano e esses R$ 660 mil é do orçamento do ano passado, que passou para a construção?. Edmar Ferreira perguntou ao contabilista se o vice-presidente havia assinado algum cheque e ele disse que não e que tinha a relação dos cheques emitidos.
Ao contrário do que foi dito por Dr. Reginaldo em relação a aproveitar a licitação e o mesmo projeto, Edmar Ferreira disse que não é possível isso, que terá que fazer tudo novamente. ?Tanto é que as metragens dos dois lugares são diferentes. Infelizmente, esse dinheiro tem que ser devolvido, senão não vem o repasse no ano que vem. Seria bom se o prefeito nos desse esses R$ 660 mil e depois mandasse o repasse, seria bom demais. Agora é comprar um terreno, fazer um outro projeto, uma nova licitação, tudo de novo?.
?Poderíamos ter comprado o prédio aqui [à rua Governador Benedito Valadares, onde funcionava a antiga delegacia]. Infelizmente, quem não assinou foi justamente a mesa, Dr. Reginaldo e Mazinho. Se tivessem assinado, poderíamos ter comprado o prédio aqui e o prefeito, até o final do ano, nos daria ele pronto, acabado, essa foi a conversa que tivemos lá e, infelizmente, eles não aceitaram. Levei o pessoal que trabalha aqui para ver lá e serviria sim para trabalhar. O dinheiro que está aqui poderia ter sido aproveitado. A única coisa para não perder esse dinheiro seria a compra desse prédio?, disse o presidente do Legislativo.
Em relação ao terreno à avenida Arnaldo Barbosa, o presidente do Legislativo disse que o local é bom, e que atende às expectativas. ?Estamos negociando, se der certo vamos comprar, porém, não há nada fechado ainda. O preço varia entre R$ 210 e R$ 240 mil, estamos negociando ainda? .
Em entrevista ao jornal Nova Imprensa e ao portal Últimas Notícias, Edmar Ferreira foi questionado por que durante a reunião da Câmara na segunda-feira, quando Dr. Reginaldo disse que havia comprado o terreno, ele não aproveitou a ocasião e explicou que não havia comprado o terreno, Edmar disse que no momento da reunião havia entendido outra coisa. ?Na hora eu não percebi que ele havia falado que tinha comprado não, achei que ele falou que ia comprar. Eu apenas disse para ele falar que o dinheiro era de agora e não o que foi economizado pra trás. Não ouvi ele falar que havia comprado não. Ele ?tá doido da cabeça?, não comprou nada não, para comprar teria que assinar papel e não fala nada que comprou um terreno. Ele já me ligou xingando, alguém já ligou pra ele falando sobre o assunto. Não tem problema ele ficar bravo não, ele é mais doido que os outros lá né, ?tá maluco?. No dia da reunião, não entendi o que ele havia dito não. Se comprasse o terreno, eu não ia falar nada na reunião? Eu mesmo ?tô doido? para comprar. Ele ?tá doido? com esse ?trem?, ?tá perturbado com esse negócio??, concluiu Edmar Ferreira.

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