A chegada do crack a Belo Horizonte, em meados da década de 90, provocou uma explosão de homicídios nos anos seguintes. Essa associação aparece na maior pesquisa já feita no país sobre a droga, coordenada pelo sociólogo Luis Flavio Sapori, professor da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).
Até 1996, quando o crack era incipiente na capital mineira, as mortes provocadas por conflitos gerados por drogas ilícitas eram 8,3% do total. Entre 2005 e 2006, esse índice ficou 33,3% do total, segundo o levantamento.
Segundo o pesquisador da PUC Minas, o crack provoca uma letalidade maior do que as outras drogas por causa do tipo de dependência que provoca, considerada muito mais severa do que maconha ou a cocaína. Como a fissura é incontrolável, o vício é seguido de um endividamento crescente. Ao categorizar as principais motivações dos homicídios nos inquéritos policiais analisados no estudo, para todo o período, os motivados por conflitos relacionados à vingança ou cobrança de dívida de droga foram 13,71% do total.

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