A crise econômica, os preços nas alturas e a maior competitividade do etanol nas bombas derrubaram o consumo brasileiro de gasolina. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a demanda pelo derivado de petróleo despencou 5% entre janeiro e junho deste ano, na comparação com os primeiros seis meses de 2014. Na contramão, o mercado de etanol saltou 35%.

Em Minas, enquanto as vendas do combustível derivado da cana-de-açúcar aceleraram 103%, fechando o semestre com 708,5 milhões de litros, o comércio de gasolina caiu 9%, com redução para 2,2 bilhões de litros.

A mudança tem relação com a melhora de competitividade do etanol. No final de 2014, a Petrobras resolveu subir o valor da gasolina e, neste ano, como parte do pacote de ajuste fiscal, o combustível sofreu aumento da carga tributária.

Motoristas mineiros ainda ganharam um incentivo extra para alterar a escolha na hora de abastecer o carro, com o corte da alíquota do ICMS do etanol de 19% para 14%.

Para o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, o momento é de recuperação após uma temporada de vacas magras. Nos últimos cinco anos, oito usinas de álcool fecharam as portas e demitiram 8 mil pessoas. “O preço pago ao produtor ainda está baixo. Mas as perspectivas são boas”, diz ele, que projeta para o Estado a produção recorde de 3 bilhões de litros de etanol em 2015.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Carlos Guimarães, o combustível feito à base de cana está mais competitivo em razão da nova tarifação. “O consumo só cresceu porque o da gasolina caiu. Houve migração. Porém, essa mudança não foi suficiente para compensar a queda financeira. A crise está feia. Vendas e margens de lucro estão menores”, reclama.

 

 

Redação do Jornal Nova Imprensa Hoje em Dia

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