O setor público consolidado, formado por União, os estados e os municípios, registrou déficit nas contas públicas em agosto, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta sexta-feira (29). O déficit primário, receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros, ficou em R$9,529 bilhões, abaixo do resultado negativo de R$22,267 bilhões em igual mês de 2016.

Nos oito meses do ano, o déficit ficou em R$60,850 bilhões, contra R$58,859 bilhões de janeiro a agosto de 2016. Esse foi o maior resultado para o período na série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001.

Em 12 meses encerrados em agosto, o déficit primário ficou em R$157,782 bilhões, o que corresponde a 2,44% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Em agosto deste ano, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) apresentou déficit primário de R$9,916 bilhões. Esse resultado negativo veio da Previdência (déficit de R$16,888 bilhões), enquanto o Tesouro registrou superávit de R$7,058 bilhões e o Banco Central, déficit de R$86 milhões.

Os governos estaduais registraram superávit primário de R$78 milhões, e os municipais, resultado positivo de R$421 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, tiveram superávit déficit primário de R$111 milhões no mês passado.

Em agosto, os gastos com juros nominais ficaram em R$36,012 bilhões, contra R$40,676 bilhões em igual mês de 2016. O déficit nominal, formado pelo resultado primário e os resultados de juros, atingiu R$45,541 bilhões no mês passado ante R$62,943 bilhões de agosto de 2016. Em 12 meses, encerrados no mês passado, o déficit nominal ficou em R$581,309 bilhões, o que corresponde a 8,98% do PIB.

Dívida pública

A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$3,245 trilhões em agosto, o que corresponde a 50,2% do PIB, com alta em relação a julho (49,6%).

Para setembro, o BC projeta aumento da dívida líquida para 50,8% do PIB, devido à queda do dólar. A projeção considerou o câmbio a R$3,13, enquanto em agosto, a cotação ficou em R$3,15. A dívida pública sobe quando há queda do dólar, porque as reservas internacionais, o principal ativo do país, são feitas de moeda estrangeira.

A dívida bruta (contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$4,768 trilhões ou 73,7% do PIB, com aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao mês anterior.

A estimativa para a dívida bruta em setembro é de ligeira redução para 73,6% do PIB. Esse indicador foi afetado pela devolução de R$33 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional, neste mês.

O BC também divulgou a revisão das projeções para a dívida neste ano. A estimativa para a dívida líquida passou de 52,7% do PIB, projeção divulgada em junho, para 53,6% do PIB, considerada a expectativa da cotação do dólar a R$3,16. A projeção para a dívida bruta caiu de 77,5% para 76,2% do PIB. Nessa estimativa, o BC considerou toda a devolução do BNDES ao Tesouro, neste ano, no total de R$50 bilhões.

 

Fonte: Agência Brasil||

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