Faltando cerca de dois anos para o início da Copa do Mundo de 2014, 41% das obras planejadas para a infraestrutura do evento ainda estão no papel, aponta um estudo divulgado pelo governo federal na última quarta-feira, 23. Maior ponto de preocupação da Fifa, os doze estádio estão com obras em andamento, sendo que apenas cinco deles ultrapassaram os 50% de conclusão até o momento. No total, foram listados 101 empreendimentos tidos como ?obras da Copa? pelo governo. Do montante, apenas cinco foram concluídos. Desses, 15 são os com maiores problemas, ainda na fase de elaboração de projetos: 7 no setor de aeroportos, 7 de mobilidade urbana e 1 de portos.
Burocracia I
Cerca de dezessete obras estão em fase de licitação ainda, enquanto nove já passaram por este processo, mas com obras ainda não iniciadas. Os cinco empreendimentos finalizados são os terminais aéreos em Guarulhos, Cuiabá, Porto Alegre e Campinas, além da obra na pista e no pátio em Guarulhos. Juntos, os projetos representam apenas 1% do investimento total previsto.
Burocracia II
Questionado sobre a demora na assinatura dos contratos de financiamento entre os construtores das arenas de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministro Aldo Rebelo afirmou que não vê ?óbices? para que o dinheiro não seja emprestado. Contudo, não quis se comprometer com um prazo para que os empréstimos sejam autorizados. Em São Paulo, por exemplo, o estádio que sediará os jogos da Copa do Mundo está orçado em 820 milhões de reais, sendo que 400 milhões de reais serão financiados pelo BNDES.
O investimento do governo em infraestrutura de transporte e estádios para a Copa do Mundo soma R$ 27 bilhões (6,8 para estádios, 12 para mobilidade urbana, 7,4 para aeroportos e 0,9 para portos).
Defesa
?Não sei por que esse preconceito com obras no papel. Não é o fato de ainda estar no papel que significa propriamente um atraso. Nós temos esse conjunto de obras porque sabemos que o Brasil, pela complexidade da sua estrutura democrática e institucional, impõe um coeficiente de atritos até você sair da licitação, do planejamento, do contrato, até o início da obra, você tem que se submeter a exigências legais muito duras?, argumentou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.
Alento
O balanço divulgado pelo governo reafirma que as obras dos seis estádios selecionados para a Copa das Confederações de 2013 nas cidades de Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Brasília, Rio de Janeiro e Recife estarão prontas dentro do prazo necessário. Um dia antes, a Fifa havia confirmado as seis cidades como potenciais sedes do torneio e estarão sob análise até novembro.

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