A coqueluche, uma doença respiratória que pode ter graves complicações e até causar a morte, seguia, desde os anos 90, no rumo da erradicação. Mas, recentemente, o Ministério da Saúde alertou quanto ao crescimento dos casos da doença, principalmente entre bebês, prometendo, então, disponibilizar uma vacina para gestantes.
Segundo o ministério, crianças com menos de 1 ano são mais suscetíveis a contrair a doença, totalizando 2.924 casos, no ano passado ? 65% das ocorrências de coqueluche em 2012.
Para buscar reverter esse quadro, a partir do segundo semestre, o governo estuda incluir a DTPa (vacina tríplice acelular contra difteria, tétano e coqueluche) no calendário de imunização da gestante na rede pública. A iniciativa quer garantir que o bebê já nasça com alguma proteção contra a doença.
Atualmente, a vacina é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para as crianças com 2 meses, 4 meses e 6 meses, e os reforços devem ser feitos aos 15 meses e aos 5 anos. Hoje, as gestantes têm acesso à imunização apenas pela rede privada.
Quando
A melhor forma de prevenção, no caso dos bebês, é a vacinação da mãe a partir da 20ª semana de gestação, afirma o médico Frederico José Amedée Peret, diretor científico da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig).
A medida é tão importante que foi ressaltada, ontem, no Dia Nacional da Imunização contra a Coqueluche. Segundo Peret, a vacinação dessas mulheres não era recomendada. ?De 2012 pra cá, com o aumento dos casos, começou-se a preocupação de vacinar as grávidas?.
Mas, como o bebê só pode receber a vacina aos 2 meses, ele fica ?desprotegido? durante o período. Assim, Peret explica que vacinar a mãe é uma forma de imunizar o feto, até que ele possa tomar a sua dose. ?Ao vacinar a mãe no fim da gestação, os anticorpos passam para o feto pela placenta e, assim, os dois ficam imunizados?, explica.
Aumento
Entre os casos da doença envolvendo crianças menores de 1 ano, cerca de 85% são bebês com menos de 6 meses, segundo dados do Ministério da Saúde. O relatório da pasta também aponta que, em 2012, houve 72 mortes em função da doença, um aumento de 32% em relação ao ano anterior.
Em 2011, foram registrados 2.258 casos de coqueluche no Brasil. Em 2012, o número total passou para 4.453 casos ? um aumento de 97%.

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