Seis horas e trinta minutos após o início do procedimento de necropsia, ocorrido no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, o corpo do bancário aposentado Paschoal Demartini Filho, 55 anos, foi liberado a seus parentes ainda na madrugada desta quinta-feira (9). O resultado do laudo produzido a partir da investigação só deverá ser conhecido nos próximos 30 dias.

Internado com os sintomas da ‘síndrome misteriosa’ que acomete outros oito pacientes observados em Minas Gerais, Demartini Filho morreu na noite de terça-feira (7), em decorrência de uma parada cardíaca associada a complicações neurológicas. 

Com o intuito de submeter o corpo às investigações a respeito do que teria causado o gatilho para o início da síndrome, as autoridades responsáveis o levaram da Santa Casa de Juiz de Fora, na Zona da Mata – onde permaneceu internado o aposentado – para o IML da capital mineira. O corpo chegou a Belo Horizonte ainda na noite dessa quarta-feira (8) e os trabalhos começaram logo às 21h, tendo sido encerrados apenas às 3h30 desta quinta.  

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O procedimento de necropsia contou, ainda, com a ajuda de um médico-legista da USP especialista em mortes por epidemiologias. Apesar dos investimentos da força-tarefa, ainda não há data exata para publicação do laudo. A Polícia Civil de Minas Gerais comunicou apenas a previsão máxima de 30 dias para conclusão do relatório. 

Entenda

Oito pacientes, pelo menos, permanecem internados com este quadro comum em hospitais de Belo Horizonte. O primeiro deles apresentou os sintomas em 19 de dezembro de 2019. Os oito pacientes são do sexo masculino e têm idades entre 23 e 76 anos. Sete deles são moradores de Belo Horizonte e o oitavo reside em Nova Lima, na região metropolitana. 

Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, morador de Ubá, na Zona da Mata, um dos pacientes cujo caso era investigado pela SES. No entanto, na noite de terça-feira (7), ele não resistiu e morreu.

Até a tarde dessa quarta, o número de pessoas acometidas pela síndrome, cujos casos foram notificados à Secretaria, era seis – tendo em vista a morte do bancário, em Juiz de Fora. No entanto, ainda ontem, a SES comunicou ter sido notificada do aparecimento de outros dois pacientes com sintomas semelhantes e, com isso, o número subiu para oito. 

Os casos registrados na capital mineira chegaram a público ainda no domingo (5) após a circulação de inúmeras mensagens nas redes sociais que associavam o quadro sintomático desses pacientes a uma possível intoxicação causada pelo consumo de uma cerveja adquirida em um supermercado no bairro Buritis, na região Oeste da cidade. Ainda não há quaisquer confirmações a respeito disso.

Uma força-tarefa composta por representantes do Ministério da Saúde – que desembarcaram na capital na noite de terça-feira (7) –, SES-MG e Vigilância Sanitária de Belo Horizonte investigam o caso. 

 

Fonte: O Tempo Online||
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