O corpo inteiro encontrado pelo Corpo de Bombeiros durante as buscas na área do remanso em Brumadinho, nesse domingo (29)pertence a Luciano de Almeida Rocha. Funcionário da Vale, o homem foi soterrado pelo mar de lama da barragem do Córrego do Feijão, rompida há quase oito meses. 

Duzentas e cinquenta vítimas da tragédia foram resgatadas da lama no decorrer dos últimos meses, mas outras duas dezenas de pessoas permanecem desaparecidas sob os rejeitos. 

Familiares de Luciano retiraram o corpo do Instituto Médico Legal (IML), em Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (30) e a vítima pode ser enterrada nas próximas horas. 

Identificação e buscas

Luciano de Almeida Rocha só foi identificado após mais de sete horas de perícia, através de um exame a partir de sua arcada dentária, no fim da noite de domingo. Ele estava sob a lama na região do Remanso 4. 

De acordo com o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Fábio Daldegan, na tarde de sábado, 28, os cães farejadores demonstraram interesse em uma área específica, na frente de trabalho. “Neste domingo, pela manhã, os nove militares que atuam nessa frente começaram as escavações. Por volta das 10h15, foi encontrada essa joia”, disse o militar, se referindo ao corpo da vítima.

Conforme os peritos, encontrar um corpo praticamente intacto em meio aos escombros é possível por causa de um fenômeno chamado saponificação. Ele ocorre quando existe uma grande concentração de minério, com baixa presença de oxigênio no solo e temperatura baixa, favorecendo a conservação dos restos mortais.
“Não foi possível identificar gênero, idade ou qualquer coisa mais assertiva”, afirmou Daldegan.

Método de trabalho

Este domingo marcou o 248º dia de operação de buscas a vítimas. Em campo, os bombeiros atuavam em 22 frentes de trabalho, com 147 militares e dois cães farejadores. Segundo o tenente-coronel Fábio Daldegan, mais de 92% dos corpos foram encontrados em até três metros de profundidade nesses oito meses de buscas. 

 

Fonte: O Tempo ||
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