Após a Vigilância em Saúde divulgar um alerta diante do aumento de casos da Covid-19 em Divinópolis, uma coletiva foi convocada nesta terça-feira (15). Na ocasião, Janice Soares, diretora da Vigilância em Saúde, e que representou a Secretaria de Saúde (Semusa), disse que este é o momento mais grave desde o início da pandemia.

“Passamos de cinco pacientes para 10 internados na UPA de ontem para hoje. Somando com CSSJD estamos com 60% de ocupação em UTI na rede SUS. Enfermaria estamos com 60% de ocupação e rede SUS estamos com 39%. Isso representa 101 pacientes internados hoje em Divinópolis, suspeitos ou positivos, para a Covid-19. É uma situação alarmante e agora as pessoas precisam fazer sua parte mais do que nunca”, enfatizou.

“Acompanhando desde o início da pandemia, esse é o maior número de internados e pacientes com insuficiência respiratória. Portanto, o uso de UTI e respiradores que se faz necessário amplificou e muito”, comentou o diretor de CTI do Hospital Santa Mônica, Paulo Grossi.

Durante a coletiva, os representantes pediram cautela da população e que as regras de isolamento social sejam cumpridas.

Como medida para evitar o avanço da doença e que o município regrida para a Onda Vermelha do “Minas Consciente”, o Executivo restringiu o horário de funcionamento  de restaurantes, lojas de conveniência, lanchonetes, bares e estabelecimentos afins. O cinema da cidade não recebeu autorização para a volta, que seria nesta quarta-feira (16).

Participaram da coletiva representantes da Secretaria de Saúde (Semusa), Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA), Hospital Santa Mônica, Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD) e Hospital Santa Lúcia.

Ocupação dos leitos

Durante a coletiva foram apresentados dados sobre a ocupação dos leitos em Divinópolis. Segundo Janice, a circulação viral no município está alta e isso é um fator preocupante. “A cada 10 contaminados, eles transmitem para 15 pessoas, isso é um descontrole da situação epidemiológica que o município se encontra. Os nossos hospitais estão ficando cheios”, destacou.

Em relação à rede suplementar, na parte de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), Janice informou que há 75,8% de ocupação. A UTI na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), que até então estava razoável, segundo a diretora, de segunda para terça registrou o dobro de internações.

Segundo Tarcísio Teixeira, coordenador médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na noite de segunda-feira cinco pacientes estavam internados e esse número dobrou na manhã desta terça. Dos 10 pacientes internados, oito estão intubados, segundo a unidade, que também pediu colaboração, já que a UPA é porta de entrada do atendimento SUS.

Ao longo da semana, Tarcísio disse que mais de seis pacientes foram transferidos para o HSJD e que na segunda, a UPA precisou aceitar pacientes do CSSJD porque a unidade já estava lotada. A UPA informou que se a doença continuar evoluindo pode não ter profissionais para atender os casos de Covi-19 e nem espaço físico.

A superintendente do CSSJD, Elis Regina, disse que atualmente 44 colaboradores estão com suspeita da Covid-19; são 37 atestados e 77 vagas em aberto que não consegue preencher. O São João só está operando por conta de uma curva ascendente de hora extra que está sendo paga aos profissionais disponíveis. “As equipes estão no limite, muito cansadas”, pontuou.

A unidade pretende suspender as cirurgias eletivas no mês de janeiro para desafogar o hospital. No entanto, a situação ainda está sendo estudada.

Fonte: G1

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