A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou nessa quinta (8) que já circulam 13 variantes da Covid-19 no estado. Todas foram também identificadas em outros locais.

No entanto, entre as mutações mais preocupantes estão a B.1.1.7, do Reino Unido, e a P.1, que surgiu em Manaus. O vírus causador da Covid-19, Sars-CoV-2, e suas variantes estão sendo monitorados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Rede Corona-Ômica BR-MCTI, representada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Na quarta-feira, os cientistas divulgaram o resultado de uma possível nova variante na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Apesar disso, a SES-MG reforça que são necessários estudos complementares para identificar se essas mutações estão associadas a alguma alteração biológica do vírus, que possivelmente se originou da antiga linhagem B.1.1.28, que circulava na capital, e adquiriu novas mutações ainda não descritas.

A possibilidade de mais uma variante, além das 13 já identificadas, é motivo de preocupação entre especialistas. A reportagem do Estado de Minas ouviu autoridades na área de saúde ontem, que defendem uma coordenação nacional que implemente um lockdown em todos os estados, para frear a transmissão do vírus, e ainda uma ampliação do sequenciamento do vírus da Covid-19 em BH, para garantir maior monitoramento da possível nova variação.

A SES-MG garante que tem ampliado as ações de vigilância genômica do coronavírus e reforça que as medidas de distanciamento social são fundamentais para controlar a transmissão do coronavírus e conter a disseminação das variantes.

A pesquisa será publicada na forma de artigo científico na revista Emerging Infectious Disease (EID), do Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC). Além da Fiocruz, participaram pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (Idor) e da empresa chinesa MGI Tech Co. Segundo o coordenador do estudo, o virologista Thiago Mo- reno, do CDTS/Fiocruz, a constatação reforça que uma parcela da população que tem a doença na forma branda não desenvolve memória imunológica.

Reinfecção

Outra preocupação dos cientistas e autoridades sanitárias no Brasil e no mundo tem sido a reinfecção pelo novo coronavírus. Estudo coordenado pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (CDTS/Fiocruz) constatou quatro casos de reinfecção por Covid-19 em que os pacientes tiveram sintomas mais fortes da doença na segunda contaminação, apesar de os dois episódios terem sido considerados leves, sem hospitalização. Em ao menos um desses casos, a reinfecção foi provocada pela mesma variante do primeiro episódio.

A pesquisa será publicada na forma de artigo científico na revista Emerging Infectious Disease (EID), do Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC). Além da Fiocruz, participaram pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (Idor) e da empresa chinesa MGI Tech Co. Segundo o coordenador do estudo, o virologista Thiago Mo- reno, do CDTS/Fiocruz, a constatação reforça que uma parcela da população que tem a doença na forma branda não desenvolve memória imunológica.

“Demonstramos que um grupo de pessoas com sintomatologia leve para Covid-19 teve um segundo episódio da doença um pouco mais forte, porque não foi capaz de gerar uma imunidade de memória depois da primeira infecção. Assim como vários casos brandos de Covid-19, esses indivíduos tiveram o controle dessa primeira infecção pela resposta imune inata, aquela que não forma uma memória consistente e de longo prazo”.

Fonte: Estado de Minas

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