Em evento promovido pela Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago) e Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (AMEG), presididas pelos prefeitos Djalma Francisco Carvalho e Paulo Sergio Leandro de Oliveira,  em reunião extraordinária dos municípios do entorno dos Lagos de Furnas e Peixoto, nesta sexta-feira (17), à partir das 9h, na sede do Alfenas Tênis Clube, serão debatidos, entre os interessados e  autoridades federais e estaduais, os problemas ocasionados pelo constante esvaziamento dos lagos. Dentre outras autoridades estão confirmadas as presenças dos presidentes de Furnas (Clovis Torres) e da Eletrobrás (Rodrigo Limp), do presidente da Frente Mineira de Prefeitos (Alexandre Kalil) e de Gilvan Lacerda, presidente da Associação Mineira de Municípios e dentre inúmeras outras autoridades, o presidente da Assembleia Legislativa Mineira (Agostinho Patrus).

Prefeitos, vereadores e empreendedores da vasta região abrangida pelos lagos, certamente, lá estarão defendendo o multiuso das águas, o respeito à emenda 106 da Constituição Mineira e lutarão pelo ressarcimento dos sérios prejuízos econômicos e sociais, advindos, segundo eles, da má gestão dos recursos hídricos, muito agravada a partir do desvio de águas para a manutenção do nível da hidrovia Tietê Paraná.

Diversas associações e grupos sociais que, há cerca de mais de 2 anos, vem denunciando e cobrando das autoridades governamentais uma solução para o problema, são unânimes em afirmar que: a culpa, ao contrário do que a propaganda oficial informa, não é de São Pedro. É da má gestão e do atendimento de interesses outros que não são os do estado de Minas Gerais.

O editor chefe do Últimas Notícias, jornalista Paulo Coelho, convidado, também estará presente e deverá apresentar dados que comprovam, conforme relatado na edição 198, do jornal Nova Imprensa, que circulou em 1º de dezembro de 2000, tudo o que, agora, 21 anos depois, ainda continua ocorrendo.  Confira a referida edição aqui:

Diz ele: “Se hoje, segundo informa a grande imprensa, a paralisação da hidrovia do Tietê, por baixa no nível do canal, representa prejuízos da ordem de R$3 bilhões para o setor, conforme diz  o portal G1 – ‘A paralisação do transporte de carga na Hidrovia Tietê-Paraná iniciada no dia 27 de agosto deve gerar perdas de R$ 3 bilhões para o setor, afetando principalmente a produção agrícola, segundo o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros’ , há que se questionar:  Será que os mais de 20 mil empregos perdidos no entorno dos lagos aqui em Minas, em especial nos últimos 10 anos,  justificam o abandono e a  falta de solução para um problema que só nos trouxe  falências, desemprego, morte, pobreza e agravamento de outras questões sociais?”

Esta é a pergunta que certamente as autoridades federais, estaduais e outras, ali presentes, deverão responder, diz o editor e membro da União dos Empreendedores dos Lagos de Furnas e Peixoto (Unelagos), com a autoridade de quem, ainda espera desde o ano 2000 tal resposta. Naquele ano, ele denunciou no encerramento do Encontro Mundial de Barragens o mesmo problema e a vinda do apagão que logo ocorreu. Hoje, decorridos 21 anos, continua testemunhando o descaso de certas autoridades e a incompetência de outras e, mais uma vez,  confia que deste encontro saia algo aproveitável e se exima de vez a culpa que muitos insistem em colocar nas costas de São Pedro. 

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