Se Barack Obama está confirmado na apresentação final ao Comitê Olímpico Internacional (COI), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chega na quarta-feira a Copenhague, tem sua participação quase certa.
Só não foi oficializada pela Rio-2016 porque a candidatura tenta guardar segredo sobre todos os aspectos da organização do evento. Hoje, ocorre um ensaio, fechado para a imprensa. Lula foi incluído na delegação brasileira de 60 pessoas que estarão no Bella Center, centro de convenções da capital dinamarquesa, onde as candidaturas terão a última chance de falar aos membros do COI.
Questionado sobre a participação do presidente brasileiro, o comandante do comitê, Carlos Arthur Nuzman, foi evasivo. Mas fez questão de perpetrar um discurso de confiança em Lula e nos seus conhecimentos esportivos: Ele é natural. Não precisa dizer nada para ele.
A prática, porém, é diferente. Lula vem passando por uma preparação para o encontro com o COI. Ele recebe informações sobre a história da Olimpíada, assim como detalhes da candidatura por meio de uma interação de informações entre a sua assessoria e a Rio-2016.
Embora o comitê evite falar sobre a apresentação, a tendência é que Lula aborde, em seu discurso aos membros do COI, a necessidade de levar os Jogos para a América do Sul e para um país em desenvolvimento. O presidente tem frequentemente repetido essas informações em entrevistas com jornalistas estrangeiros, para promover a candidatura brasileira.
A defesa de uma guinada geopolítica dos Jogos é uma tentativa de neutralizar o efeito Obama, como ficou evidente na declaração de Nuzman após a confirmação da viagem do presidente americano. A participação de chefes de Estado na campanha pela sede dos Jogos é uma questão de cada candidatura. A estratégia da Rio-2016 para a apresentação final já está definida, com a liderança do presidente Lula, que está diretamente envolvido com a candidatura brasileira desde o seu início, há dois anos, declarou Nuzman, por meio de sua assessoria.
Crivella
Além de contar com o apoio e a presença do governador do Rio, Sérgio Cabral, do prefeito carioca, Eduardo Paes, do presidente Lula e de Orlando Silva, ministro do Esporte, a candidatura brasileira terá também o reforço do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).
O congressista chegou ontem ao hotel onde a delegação governamental está hospedada, em Copenhague, para acompanhar a eleição. No Senado, Crivella foi um dos defensores da ideia. O projeto que cria o ato olímpico não teve questionamentos na casa.

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