O Cruzeiro, enfim, teve uma atuação convincente na Série B do Campeonato Brasileiro. Se as outras vitórias na competição foram sofridas, o triunfo sobre a Ponte Preta foi robusto, com a atuação impositiva que se espera de um dos grandes do chamado “G-12” quando caem. Ainda precisando de um binóculo para enxergar o grupo de acesso, o desafio é manter o alto nível de atuação, maturidade e concentração para ambicionar, novamente, o retorno à Série A.

Ney Franco chegou com discurso de montar um time com marcação alta e futebol propositivo, vertical sempre que estivesse com a posse. Ainda não tinha conseguido um volume grande de chances, mesmo quando superou o Vitória, na estreia dele. O próprio Ney assumiu isso, na ocasião.

Na noite dessa quarta (30), o futebol que o treinador e o que o torcedor almeja, enfim, chegou. Três a zero foi pouco. Pela primeira vez na Série B, houve “sobra” do Cruzeiro no ataque e segurança na defesa. Fábio só trabalhou (muito bem, inclusive) no início, em chegada cara a cara de João Paulo.

Os números traduzem a soberania do Cruzeiro. Foi esmagador nas finalizações (15 contra 3), obrigou Ivan a fazer três defesas difíceis e teve uma posse de bola muito mais produtiva do que o adversário, apesar de um empate técnico no quesito (51% x 49%). Era exatamente a posse “estéril” que prejudicava o time nos últimos jogos.

As mudanças de Ney Franco deram certo, as caras novas foram bem, e o coletivo sobressaiu. Criticados pela torcida, Henrique e Régis ganharam nova chance e ditaram o ritmo do meio. Sassá não fez o gol, ainda esteve longe de uma atuação ideal, mas gerou mais incômodo nos zagueiros do que vinha gerando o Marcelo Moreno.

Entre aqueles que foram mantidos no time, destaque para Manoel, com um jogo quase perfeito, principalmente nas coberturas. Arthur Caíke teve sua melhor atuação, enquanto Matheus Pereira manteve o alto nível. Daniel Guedes mostrou que está em crescimento (ainda precisa colocar o pé na fôrma para os cruzamentos). Filipe Machado também se destacou, com auxílio frequente nas saídas de bola com Fábio, acerto nos passes longos, firmeza na marcação e o gol que abriu o caminho para a vitória.

Agora, com tantas rodadas de futebol ruim e resultados ainda piores, não tem outra alternativa a não ser engatar uma sequência de resultados positivos para brigar pelo acesso. O desafio é manter a regularidade e, quando o futebol não for bom, vencer com a maturidade. A realidade, hoje, ainda é o Z-4. Que o sopro de esperança pela atuação contra a Ponte Preta, desta vez, não dure apenas 90 minutos.

Fonte: Globo Esporte

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