O Cruzeiro foi condenado na Justiça por atrasar pagamentos de salários dos empregados e recebeu uma multa de R$ 100 mil por danos morais coletivos. A Ação Civil Pública (ACP) foi ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Diante da condenação, o Cruzeiro está proibido de atrasar os salários dos funcionários.

Um inquérito civil foi instaurado pelo MPT em dezembro de 2019 para apurar a denúncia de atraso no vencimento dos empregados do clube. De acordo com o órgão, o Cruzeiro foi intimado mais de uma vez a apresentar documentos. Ficou comprovado o atraso na quitação dos salários, inclusive dos trabalhadores da manutenção.

Na Ação Civil Pública, o Ministério Público do Trabalho enfatizou que o Cruzeiro “atrasava inclusive pagamentos de empregados que recebem os salários mais baixos, que dependem do pagamento em dia para honrar as despesas de seu próprio sustento e de suas respectivas famílias”, descumprindo o art. 459 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que diz: “quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido”.

No decorrer das investigações, o MPT sugeriu a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre as partes, mas o clube não se manifestou com relação à proposta e também não conseguiu comprovar por meio de documentação a quitação em dia dos salários dos meses de abril e maio de 2020.

Em convergência com a argumentação do Ministério Público do Trabalho, o juiz Jésser Gonçalves Pacheco entendeu que o Cruzeiro não conseguiu comprovar que estava adimplente com o pagamento de empregados.

Nos últimos meses, o Cruzeiro realizou, ainda com atraso, o pagamento dos salários apenas dos funcionários que recebem menos de R$3 mil mensais. Segundo o clube, a quitação dos vencimentos desses colaboradores corresponde a quase 70% da folha do administrativo. A Raposa justificou que a instituição vem sofrendo com seguidos bloqueios judiciais decorrentes de ações antigas que estão prejudicando o fluxo de caixa.

Em grave crise financeira desde 2019, que terminou com o rebaixamento para a Série B, o Cruzeiro viu a situação se agravar neste ano ao não conseguir o acesso à Série A.

O clube convive com seguidos atrasos salariais de funcionários do administrativo, das categorias de base, do time feminino e do elenco profissional masculino desde o fim do ano passado. A dívida total da Raposa, atualizada em dezembro de 2020, é de quase R$ 1 bilhão.

Em conversa nessa segunda-feira (14) com o jornalista Emanuel Carneiro, da Rádio Itatiaia, o empresário Pedro Lourenço, dono do Supermercados BH e principal investidor do clube, revelou que o Cruzeiro tem dois meses de salários atrasados com os jogadores. Pedrinho, como é conhecido, afirmou que se afastou da atual diretoria celeste por não ser ouvido pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues.

Fonte: Itatiaia

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