O Cruzeiro não suportou a pressão do ‘caldeirão’ da Bombonera e acabou derrotado pelo Boca Juniors por 2 a 0, nesta quarta-feira (19), pelo jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores. Além de apresentar futebol burocrático e sem tanta força ofensiva, o time celeste foi bastante prejudicado pela arbitragem. O paraguaio Eber Aquino, responsável pelo apito, expulsou Dedé injustamente em função de um lance acidental envolvendo o defensor cruzeirense e o goleiro argentino Andrada. Curiosamente, o juiz consultou o recurso de vídeo (VAR) para confirmar a decisão, tomada aos 29 min do segundo tempo, depois de o camisa 1 do Boca receber atendimento médico. Mesmo com as imagens mostrando que Dedé visava apenas a bola quando atingiu o rosto de Andrada, Aquino não titubeou ao dar vermelho, respaldado pelo árbitro de vídeo Mario Diaz de Vivar. O clube xeneize, que abriu o placar com Zárate, aos 35 min do primeiro tempo, viu caminho livre para marcar o segundo, aos 36 min da etapa final, em finalização de Pablo Pérez. Nesse lance, o lateral-direito Edilson falhou ao tentar cortar o cruzamento de Jara.

Agora, o Cruzeiro terá uma tarefa muito difícil no confronto de volta, marcado para o dia 4 de outubro, às 21h45, no Mineirão. Em função do revés por 2 a 0 na Bombonera, será obrigado a vencer por três gols de diferença para garantir a classificação no tempo normal. Se a Raposa triunfar por 2 a 0, a definição de quem avançará à semifinal ocorrerá nos pênaltis. Por sua vez, o Boca poderá perder até por dois gols de diferença, desde que marque ao menos uma vez. Isso porque na Copa Libertadores existe o regulamento do gol qualificado como visitante. O ganhador do duelo pegará na próxima fase Palmeiras ou Colo Colo. No Brasileiro, a Raposa pegará o Santos no domingo, às 19h, no Mineirão, pela 26ª rodada.

O jogo

La Bombonera estava cheia. O clima era de decisão. A torcida do Boca, como de praxe, fez muita festa. Cantou alto. Tudo isso para ajudar a ‘intimidar’ os jogadores do Cruzeiro, que, durante a semana, concederam entrevistas a respeito da mística do estádio e garantiram que a experiência do elenco seria fundamental para lidar com qualquer tipo de pressão. Sem Arrascaeta, lesionado, o técnico Mano Menezes escolheu Rafinha, longe de ter a técnica e a habilidade do camisa 10, porém voluntarioso e bastante esforçado na recomposição. Logo no primeiro minuto de jogo, o time celeste conseguiu um escanteio. Rafinha cobrou no primeiro poste, e Thiago Neves cabeceou na rede, mas pelo lado de fora.

O começo do Cruzeiro foi animador, com vantagem na posse de bola e compactação no meio-campo. O posicionamento inicial dos homens de meio-campo forçou muitos erros de passe por parte do Boca. Tanto que a torcida xeneize demonstrou impaciência em dado momento. Mas a Raposa, quando tinha a redonda em seus pés, não criava. O atacante Hernán Barcos ficou isolado entre os zagueiros Izquierdoz e Magallán. Thiago Neves, por sua vez, foi desarmado em lances aparentemente fáceis. Robinho praticamente não pegou na bola, enquanto Rafinha se viu obrigado a recuar para Egídio ou Lucas Silva por causa da falta de confiança em tentar um drible.

Diante da lentidão do Cruzeiro, o Boca resolveu entrar no jogo. O experiente Pablo Pérez, de 33 anos, deu as cartas no meio-campo. Somente na etapa inicial, foram 40 passes certos do camisa 8. Um deles certeiro, aos 35min, que passou por Lucas Silva e Leo e deixou Zárate cara a cara com Fábio para fazer 1 a 0. A situação só não foi pior para os mineiros porque o zagueiro Dedé fez grande jogo, tanto pelo alto, amparado pela estatura de 1,92m, quanto por baixo, com desarmes precisos principalmente contra o astuto Pavón. Na frente, a produtividade cruzeirense foi nula. Andrada, goleiro do Boca, praticamente não pegou na bola.

Mano Menezes preferiu não realizar substituição no intervalo. Guillermo Schelotto também manteve a formação do Boca. Aos 3min, o Cruzeiro finalmente conseguiu encaixar um bom ataque. Aproveitando-se de falha de marcação de Olaza, Robinho lançou para Rafinha, que invadiu a grande área e conseguiu tirar do goleiro Andrada. Em cima da linha, o volante Barrios conseguiu chegar a tempo para tirar a bola de carrinho. Incrível! A jogada arrancou aplausos da multidão vestida de azul e amarelo na Bombonera. O Boca respondeu à altura aos 12min, em arremate de longa distância de Zárate. A redonda explodiu na trave direita de Fábio.

A primeira mudança do Cruzeiro só ocorreu aos 23 min. Thiago Neves, apagado na partida, deu lugar a Rafael Sobis. Mal deu tempo de o camisa 7 esquentar. Aos 24 min, o zagueiro Dedé, ao tentar cabecear a bola, acertou involuntariamente o rosto do goleiro Andrada, que sofreu um corte na gengiva e precisou receber atendimento médico durante seis minutos. Enquanto isso, o árbitro paraguaio Eber Aquino foi acionado pelo árbitro de vídeo Mario Diaz de Vivar. Ele analisou as imagens do lance envolvendo Dedé e Andrada e tomou uma decisão absolutamente inesperada: expulsou o camisa 26 cruzeirense aos 29 min por causa da jogada acidental. Incrédulo com o erro grotesco de Aquino, Dedé deixou o campo. Os demais atletas cruzeirenses também ficaram sem entender. Mano Menezes até pensou em chamar Manoel, mas optou pelo recuo de Henrique. Na frente, colocou Raniel no lugar de Barcos.

Com um a menos – justamente Dedé, que fazia partida impecável e evitava os principais avanços do Boca –, o Cruzeiro se complicou de vez aos 36min. Jara cruzou para a grande área, e Edilson, sozinho, atrapalhou-se para cortar a bola. O cabeceio malsucedido em cima de Henrique, que fazia o papel de zagueiro, fez a redonda sobrar limpa na entrada da área para o Boca. Pablo Pérez soltou a bomba na gaveta, sem chances para Fábio: 2 a 0. Aos 39 min, Mano Menezes decidiu preencher o setor defensivo com Manoel. Rafinha deixou o campo. Sem perspectiva de chegar ao ataque por meio de troca de passes, o Cruzeiro teve a chance derradeira aos 46min, em cobrança de falta de Edilson. Andrada espalmou para a linha de fundo e garantiu a ótima vantagem aos argentinos.

 

 

Fonte: Super Esportes||

COMPATILHAR: