A estréia do Cruzeiro no Campeonato Mineiro não poderia ter sido melhor. Reencontrando a torcida no Mineirão, o time celeste – comandado pela primeira vez pelo técnico Adilson Batista em jogos oficiais – não teve dificuldade para golear o Uberaba por 4 a 0, neste domingo. Wagner balançou as redes duas vezes, ambas no primeiro tempo, enquanto o zagueiro Thiago Heleno fez mais dois gols e fechou o placar na etapa complementar.
Com o resultado, o Cruzeiro largou na frente em busca do título estadual. O time celeste ocupa a liderança do Mineiro, com três pontos, beneficiado pelo fato de ter feito quatro gols na primeira rodada – divide a ponta com o Villa Nova. Foi um bom aperitivo para o confronto de abertura da Copa Libertadores, na próxima quarta-feira, contra o Cerro Porteño, no Mineirão. A segunda e decisiva partida, valendo vaga na fase de grupos da competição, será em 6 de fevereiro, em Assunção, no Paraguai.
O jogo
Jogando em casa, o Cruzeiro estava totalmente à vontade em campo. E tratou de mostrar isso logo de cara, partindo para cima e impondo ritmo forte no começo. Logo no primeiro minuto, quase marcou. Em boa trama do ataque, Guilherme tocou a Wagner, que entrou na área e chutou rasteiro, para boa defesa de Paulão.
E foi justamente com Wagner que o Cruzeiro chegava mais facilmente ao ataque. O armador, com movimentação constante, abria espaço para os companheiros e ainda estava presente na área. Assim saiu o primeiro gol, logo aos 4min. Jadílson avançou da esquerda e cruzou; Wagner se antecipou ao goleiro e abriu o placar, de cabeça.
O lado esquerdo do ataque cruzeirense, aliás, se destacou no começo da partida. Jadílson chegava facilmente ao setor de frente, contando com o auxílio de Ramires, outro que aparecia bem por ali. Só faltava Guilherme entrar no jogo. Com pouca movimentação, era presa fácil para a defesa do Uberaba. O time visitante, por sinal, estava mais preocupado em se defender. Com três volantes, procurou congestionar o meio-campo, razão pela qual pouco ameaçou Fábio.
Aos 30, novamente com Wagner, o Cruzeiro quase ampliou, se não fosse defesa providencial de Paulão. O segundo gol era questão de tempo. Mas aí veio a surpresa. Parte da torcida começou a vaiar Marquinhos Paraná, que até então não comprometera, embora atacasse menos pela direita. O Uberaba arriscou alguns contragolpes, que não surtiram efeito. Na única finalização, Fábio Saci chutou por cima.
Com personalidade, Marquinhos Paraná mostrou que não se abateu com as vaias. A essa altura, o jogador dividia a torcida. Parte dela passou a apoiá-lo. E como recompensa, saiu o segundo gol, justamente em lance com Marquinhos. Ele partiu pela direita, driblou um adversário e cruzou para Wagner, livre de marcação, apenas empurrar para as redes.
Ritmo mantido
Os dois times voltaram com alterações para o segundo tempo. O lateral-direito Apodi substituiu o volante Charles, contundido. E o novato, ao seu estilo, com velocidade, logo conquistou a torcida, além de se transformar em boa opção ofensiva. O Uberaba retornou a campo com o experiente Camanducaia. Mas foi muito pouco para buscar a reação.
O Cruzeiro manteve a postura ofensiva e ditou o ritmo também no segundo tempo. E logo saiu o terceiro gol, aos 5min, com Thiago Heleno aproveitando cruzamento da direita. A previsão era de goleada, tamanha a facilidade para o time celeste chegar à meta adversária. O quarto gol foi quase uma repetição do anterior, só que em cobrança de escanteio. Wagner cobrou e novamente Thiago Heleno fez de cabeça, aos 18min.
O jogo já estava definido, mas o Cruzeiro mostrou que queria mais. Satisfeita com o rendimento de Apodi, a torcida logo começou a pedir a entrada do garoto Kerlon. Mas Adílson Batista preferiu mexer em outras posições. Ele sacou Fabrício para a entrada de Luís Alberto. Em seguida, Guilherme cedeu lugar a Marcinho. Os celestes ainda criaram boas chances, uma delas com Marcelo Moreno, mas não conseguiram ampliar. Mesmo assim, todos deixaram o estádio satisfeitos com o resultado, que dá moral ao time para a Copa Libertadores.
