O Cruzeiro se prepara para ser o primeiro time tradicional do Brasil a se tornar um ‘clube-empresa’. Para isso, a Raposa tenta aprovar em Reunião Extraordinária, no dia 3 de agosto, a mudança estatutária, além de esperar a sanção do projeto de lei 5516/2019 pelo presidente Jair Bolsonaro, que se mostrou favorável à mudança.

Para tentar convencer os conselheiros, o Cruzeiro preparou um informativo com perguntas e respostas explicando o projeto que deve ser implantado no clube.

Na primeira parte, o documento deixa claro que o Cruzeiro não será vendido: “O clube irá constituir uma empresa para gerenciar as atividades do futebol. Essa empresa terá, obrigatoriamente, a associação Cruzeiro Esporte Clube como acionista majoritária e poderá vender até 49% de suas ações no mercado. O clube, portanto, seguirá como controlador de sua operação”.

No documento, a diretoria do Cruzeiro afirma que não há propostas oficiais para comprar as futuras ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O clube destaca que pretende se tornar empresa, porque “as finanças se encontram em estado preocupante”. “Precisamos rapidamente atrair recursos para dar fôlego ao nosso fluxo de caixa”, diz o texto.

Caso o clube se transforme em SAF, as atividades de futebol profissional serão administradas pelo conselho de administração, responsável por nomear um CEO e uma diretoria. Assim, quase todo o dinheiro do Cruzeiro (direitos econômicos de atletas, direitos de transmissão, programa de sócio, publicidade e patrocínio) ficará sob gestão empresarial. Os imóveis e clubes de lazer continuarão como patrimônio do clube.

O valor das ações da SAF será definido com auxílio da consultoria norte-americana Alvarez & Marsal. O Cruzeiro entende que, apesar das crises financeira e esportiva, a marca do clube é muito atrativa e pode gerar grande potencial de valorização.

De acordo com o Cruzeiro, os recursos arrecadados com a venda de participação na SAF serão destinados prioritariamente para o pagamento de dívidas mais onerosas do clube, além de investimento no elenco e na infraestrutura dos centros de treinamentos.

A proposta do Cruzeiro diz que 20% dos rendimentos da SAF serão destinados ao pagamento de dívidas do clube. O plano de amortização da dívida será feito em um acordo de acionistas. “Conforme previsto no Projeto de Lei, o time que constituir uma empresa para gerir o futebol poderá dissociar suas dívidas da associação. Desta forma, uma dívida do clube não irá interferir no futebol, como acontece atualmente”, diz o texto.

O papel do Conselho Deliberativo ficará restrito a atividades do clube, com direito a votação na eleição do presidente do Cruzeiro, que integrará o Conselho de Administração da SAF. “Matérias sensíveis, como a destituição de membros do Conselho de Administração ou a dissolução da SAF, também serão votadas pelo Conselho Deliberativo da Associação”.

Fonte: Superesportes MG

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