Era gol que a torcida do Cruzeiro queria? Era a primeira vitória na Libertadores e o fim da instabilidade após um triunfo nos últimos seis jogos? Pois então foi dada a resposta. E que resposta! A angústia de um confronto decisivo contra a Universidad de Chile durou nove minutos. Porque depois disso, a Raposa, soberana na sua casa, o Mineirão, simplesmente engoliu os chilenos com uma implacável goleada por 7 a 0. Um resultado que devolve muito mais do que a confiança, faz o Cruzeiro pegar o elevador no grupo 5 e assumir a segunda posição da chave com cinco pontos e um saldo de cinco gols.

E tinha que ser assim, com um futebol agressivo, audacioso, que jamais se privou do ataque e manteve a pegada. O Cruzeiro que o torcedor gosta e quer ver. A goleada empatou com a aplicada sobre o Potosí, em 2010, até então a maior da Raposa na história da Libertadores. O resultado também foi a segunda maior goleada do Novo Mineirão, superando o fatídico 7 a 0 da Alemanha sobre o Brasil, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, e só perde para os 10 a 0, também da Alemanha, sobre Fiji, no torneio de futebol da Olimpíada do Rio.

Desde o primeiro minuto, o Cruzeiro tinha uma missão estabelecida. E no melhor estilo boxeador, colocou La U nas cordas. Com tanta intensidade, não ia demorar muito para que os chilenos acusassem o primeiro golpe. Aos 9 min, Thiago Neves sofreu a falta na entrada da área e ele mesmo bateu. Mandou la no canto esquerdo de Herrera, que só assistiu. Estava aberta a contagem. Um tento histórico. Dez anos e 18 jogos depois, Thiago Neves, enfim, voltou a marcar em um jogo de Libertadores.

Oito minutos depois, Neves voltou a aparecer, dessa vez enfiando uma bola perfeita para Sassá encobrir Herrera e Rafinha, oportunista, anotar o segundo. A Universidad de Chile até passou a dar um certo sufoco. Mas o Cruzeiro foi doutrinador. Aos 41 min, Arrascaeta foi derrubado por Vilches dentro da área. Sassá pediu o camisa 30 para cobrar e, no melhor estilo Neymar, mandou lá dentro, com direito a “Sassarada”.

E olha que antes de sair do intervalo, Vilches, zagueirão de La U, foi expulso. O cenário perfeito. Quando o segundo tempo começou, os chilenos perderiam outro defensor: Echeverría levou o segundo amarelo e deu adeus. Aí, meus amigos, com dois a mais, o Cruzeiro nocauteou sem dó e piedade.

O quarto veio com Arrascaeta, completando passe de Edílson. Já o quinto veio com Egídio e aquele cruzamento esperto para Sassá, de novo, afundar a meta defendida por Herrera. Aos 29 min da etapa final, Thiago Neves, em noite inspiradíssima, fez o sexto. Uma ajeitada precisa de Romero. E quem completou a festa foi Rafael Sóbis, aos 35 min, em mais um levantamento preciso de Egídio. O lateral-esquerdo, antes criticado, teve seu nome gritado pela torcida.

Uma noite simplesmente mágica e que fez relembrar aquela frase que Galvão Bueno, narrador da Rede Globo, sempre falava em Eliminatórias: “Tá em crise? Chama o Chile”. No caso da Raposa, foi a Universidad de Chile, que nos últimos dois jogos tomou 13 gols.

 

Fonte: O Tempo ||

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