Centenas de prefeitos mineiros estão clamando que as prefeituras estão quebradas. E muitos deles estão ameaçando fechar os serviços das prefeituras por falta de dinheiro. Esse clamor lembra a história de um cidadão que queria pagar uma conta com cheque de um banco com cinco estrelas, no que foi repelido pelo receptor dizendo que as cinco estrelas do banco não valem nada porque o Brasil com 27 na sua bandeira está quebrado. Estamos quebrados: o Brasil, estados, prefeituras, empresas, os cidadãos. Portanto, o clamor das prefeituras não é único. Estamos todos mal.

O problema é que os prefeitos estão sofrendo um pouco mais do que os outros neste momento porque tambem, quando assumiram as prefeituras dois anos e meio, ou continuaram com ré-eleição no cargo, não levaram em consideração as variáveis políticas que estavam se vislumbrando no horizonte. O fato é que os prefeitos, que são gerentes dos seus municípios, não se deram conta de que o  Governo Federal, cuja ré-eleição muitos apoiaram, vai deixá-los na mão devido à grave situação financeira da União e não vai cumprir suas obrigações. Erraram no prognóstico, confiando a sua gestão essencialmente à vinda de recursos da União ou do Governo do Estado.

Em outra vertente, tambem não olharam para o caixa  das prefeituras e perguntaram de onde vem o dinheiro. Se o dinheiro não vem dos dois governos, federal e estadual, como gerar desenvolvimento econômico do município para que a crise seja a menor possível? São raros os casos de compreensão do desenvolvimento econômico pelos nossos alcaides, as exceções que confirmam a regra são as prefeituras de Belo Horizonte, Camanducaia e Santa Luzia, entre algumas outras, que permitem que o impacto seja menor.

Os escândalos com altos salários de alguns prefeitos e vereadores e míseros salários dos professores, nos levam a perguntar: quantas prefeituras fizeram uma análise de custo, reestruturação de seus serviços e de suas políticas econômicas ou firmaram alianças com todos na cidade, não para resolver uma crise financeira que vai durar, mas para tornar as prefeituras mais eficientes e eficazes para o cidadão?

Esta crise das prefeituras é a crise da cidadania e não vai ser resolvida pelo choro politico. Aliás, os prefeitos foram abandonados pelos seus deputados estaduais e federais, mais pela falta de competência de gestão e liderança. Chorar e ameaçar menos e trabalhar com eficiência, será a solução. E esta passa por se liderar um movimento de todos, porque o problema é sim, de todos, no município. 

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