Esta é a pergunta que pelo menos duzentos milhões de brasileiros gostaria de ver respondida pelo atual ministro de Minas e Energia, quando ele nesta semana ocupou alguns minutos do horário nobre das redes de TV que em cadeia transmitiram o blá-blá-blá, mal ensaiado, através do qual se tentou tranquilizar a população e empresários que já perceberam o que, infelizmente, virá por aí.

Pior que o aumento das tarifas das tais bandeiras será, sem dúvida, a necessidade de reduzirmos o consumo de energia para que, ao final de mais alguns poucos meses, se São Pedro não tiver pena de todos nós e as chuvas não vierem a cair por esta terra de maneira bem abundante, teremos que enfrentar.

Em Brasília, lá pelas bandas das agências, conhecidas pelas siglas de ANA, ANEEL e mesmo na ONS ou no próprio Ministério de Minas e Energia, o clima reinante deve ser de muito ufanismo quando os burocratas comemoram e acreditam que a meta principal foi por eles alcançada, garantindo que os balanços financeiros delas e deles,  mostrem um resultado positivo. Lucro é o que se procura mesmo que para isto, a classe mais pobre ou paupérrima deste país, assim como a indústria e outras atividades econômicas que sustentam os altos salários daquela turma, tenham que suportar os danos que eles causaram a todos nós.  

Sim, que eles nos causaram! Isto porque, ao menos no caso dos reservatórios aqui da bacia do rio Grande, em especial em Furnas e Peixoto, a própria sociedade civil, ao que sabemos, mais ativa nos últimos dois ou três anos, tem até conseguido o auxilio de parlamentares e de outras autoridades mineiras que,  também participaram de inúmeras reuniões nas tais Salas de Crise onde ficou patente óbvio: O caos se aproxima!  Muitos destes participantes testemunharam o que foi dito por um figurão oficial que vociferou:  enquanto não fecharmos o ralo da hidrovia Tietê Paraná, o esvaziamento desmedido e criminoso do Lago de Furnas, em caso de uma estiagem maior, provocará o que hoje todos sabemos: virá aí um apagão, pior e mais grave que aquele ocorrido em 2001.

Todo mundo sabe, inclusive eles, os gestores das tais agências, que esta caixa d’água como eles a enxergam, precisa ser gerida com mais inteligência, com coragem e competência.

Qualquer um de nós que temos em casa uma reserva de água – (e aqui seria bom que eles conhecessem o que quer dizer este vocábulo, reserva ) -, nos prevenindo contra os males da seca que se anuncia, procuramos a todo custo  mantê-la em seu maior nível, utilizando-a com parcimônia pois,  sabemos que dela, por menor seja a quantidade reservada, disto dependerá a nossa subsistência.

Mas aqui, senhores, o que houve foi o inverso. Quanto mais aqueles picaretas, durante aquelas  enfadonhas reuniões nos mostravam gráficos estimando que o período seco como foi por eles apontado diversas vezes, este ano seria dos mais severos, nada era feito como prevenção.  Ainda assim, por incrível que pareça, mais água se esvaia rio abaixo para atender os interesses da hidrovia e mesmo que de forma despistada, mentirosa, eles a justificavam sob o pretexto de que estavam apenas, tão somente, gerando energia.

O que se via dia após dia, era: Vazão afluente = A  e a defluente = 4 x A.  –  Prenúncio de que saco vazio não para em pé! Não é mesmo?

Papo furado esta história de geração!  Quem se der ao luxo de verificar os dados que eles mesmos disponibilizam em sites,  perceberá que nos últimos 50 anos, por raríssimas vezes foi sugado desde lago mais que 50% de seu volume para que Furnas cumprisse seu objetivo principal.

As promessas e afirmações dos “Joaquins” e de outros paus mandados, conhecidos como dirigentes muito bem remunerados das entidades acima citadas, assim como dos tais corpos técnicos, aqui não vale a pena relembrarmos ou cobrarmos. Isto sim, seria chover no molhado!

Mas do ministro de Minas e Energia, do nosso senador e do próprio Presidente da República, o que sentimos é asco, quando assistimos aos vídeos dos pronunciamentos deles nos momentos em que foram por nós alertados do que ocorria e do que estaria por vir, se não mudassem a forma de administrar nossas águas! Promessas, promessas e só!

O prejuízo que estes caras causaram a este estado de Minas é imensurável.  Agora, como prevíamos, o “prejú” se expande para todo o resto do país.

Será que a Emenda Constitucional 106 não será mesmo respeitada? Ela é a solução de tudo, não para agora, para hoje, já que estamos no período de seca, mas, sabemos e eles também, que se ela for posta em prática no próximo ano, garantiremos que em 2023, com ou sem Tietê, não mais seremos assustados com o risco de apagão.

Que o nosso Zema se mire no exemplo do Itamar Franco, e já! Sem mais delongas que ele tome as providências que a nosso ver já deveriam ter sido postas em prática desde dezembro do ano passado.

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