O período chuvoso está chegando e, com ele, vêm algumas preocupações. Muitas são as tragédias que ocorrem em decorrência das chuvas, como enchentes, deslizamentos de terra, desabamentos e outros problemas. A situação se agrava ainda mais nos locais onde há construção em área de risco, o que é muito comum em Formiga, apesar de muitos não perceberem.
Para orientar as pessoas e conhecer a situação dessas áreas de risco em Formiga, a secretária executiva da Defesa Civil, Vera Moreira, acompanhada do engenheiro civil Cláudio Mário de Freitas Garcia, e do diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Paulo Quintiliano, iniciou esta semana um mapeamento na cidade. Alguns bairros foram visitados e a situação encontrada é preocupante.
Parte da cidade já está mapeada. Entre os locais visitados, estão os bairros Rosário, Lajinha, Vila Colorida, Vila Castro, Água Vermelha, Centenário, Vila Imperial, Santa Tereza, entre outros. O mapeamento foi feito por meio de GPS e, assim, vão sendo marcados os pontos no mapa da cidade. As vistorias vão continuar até que todo o município esteja mapeado.
Segundo a secretária executiva da Defesa Civil, ?a intenção é impedir que as pessoas construam em áreas de risco, que coloquem em perigo suas vidas e as dos seus?. Na ocasião, as pessoas são orientadas e conscientizadas dos riscos que correm ao construir em áreas aterradas, perto de encostas, de voçorocas e em outros locais impróprios, pois logo aparecem rachaduras nas casas e os riscos aumentam.
Um fato que chama a atenção é que, mesmo construções em locais irregulares e que não têm a autorização do Setor de Habitação (alvarás), os proprietários conseguem a ligação da energia elétrica pela Cemig, uma vez que, em diversos locais que tiveram a construção negada a obra foi feita e foram encontrados padrões da Cemig.
O engenheiro civil Cláudio Garcia enfatizou a importância desse trabalho da Defesa Civil e os perigos que as pessoas correm ao construírem nessas áreas de risco. Ele se disse assustado e preocupado com a situação encontrada, pois não imaginava se deparar com tal situação e que há tantos locais de perigo na cidade.
O engenheiro Cláudio Garcia, que trabalha na construtora D´Ávila Reis ressaltou que, em Formiga, estão sendo construídas moradias dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e que as pessoas que moram nessas áreas de riscos devem procurar a Prefeitura, pois terão prioridade para a aquisição das residências, para deixarem esses locais perigosos.
No bairro Ércio Rocha estão em construção 163 casas populares, que devem ser entregues em fevereiro, segundo o engenheiro. Ainda estão previstas para o ano que vem 475 unidades habitacionais. Por isso, as pessoas não precisam construir em áreas de risco, pois, se participarem do Minha Casa, Minha Vida, vão pagar uma mensalidade que pode ser de R$50 durante um tempo e depois passam a ser os proprietários das residências, em locais estruturados, com rede de água, esgoto, iluminação e, o melhor de tudo, sem riscos.
Cláudio Garcia destaca que, como há previsões de chuvas mais fortes nos próximos meses, é preciso fazer a prevenção para evitar tragédias e acidentes e os poderes públicos devem se mobilizar para isso.
Alerta
A orientação para fazer o mapeamento é do Sistema Nacional da Defesa Civil (Sindec) e da Defesa Civil do Estado de Minas Gerais. Segundo Vera Moreira, com a cidade mapeada, é mais fácil para a própria Defesa Civil percorrer os locais de riscos em períodos chuvosos. Ela faz um alerta aos formiguenses:
?A Defesa Civil é pela vida e com, esse trabalho, gostaria que a população também fosse pela vida. Estamos fazendo um trabalho para facilitar o socorro também, porém, há construções novas em que as pessoas já foram conscientizadas e, mesmo assim, terminaram suas construções à revelia da Prefeitura, de laudo de risco da Defesa Civil e que não podemos garantir que, no caso de um deslizamento, de um sinsitro grave, chegaremos a tempo. O mapeamento de risco é necessário para que, ao aproximar-se o período chuvoso, começaremos a dar atenção específica nessas áreas, porém, sem a colaboração da população, é impossível alcançar nossos objetivos?, conclui Vera Moreira.

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