Por Priscila Rocha – Últimas Notícias

Enquanto a população se preocupa com a pandemia causada pelo coronavírus (covid-19) a dengue tem aumentado de forma silenciosa em Formiga. Em apenas uma semana foram registrados 186 novos casos prováveis da doença. Os dados são do Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) na terça-feira (17).

Formiga também está em situação de emergência em saúde pública para a dengue. O Decreto foi publicado no dia 10 de fevereiro pelo prefeito Eugênio Vilela. O município é o terceiro da região Centro-Oeste com maior índice de infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya. No primeiro trimestre deste ano foram registrados 744 casos suspeitos de dengue. Um aumento de 502,7% se comparado com o mesmo período no ano passado quando foram registrados 148 casos.

O número de casos confirmados da doença também aumentou. Até sexta-feira passada (13) eram 43 e, nesta semana, foram registrados quatro novos casos, totalizando 47 até essa quinta-feira (19).

A taxa de incidência na cidade também aumentou 133,3%. Em apenas uma semana a incidência foi de 826,18 para 1101,57. No mesmo período em 2019, a taxa era de 216,30. Lembrando que a taxa de incidência da doença considera não apenas o número absoluto de casos prováveis (entre suspeitos e sob investigação), mas também a proporcionalidade dos casos em relação ao tamanho da população de um determinado município.

O primeiro Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) de 2020, realizado em janeiro, apresentou uma infestação predial de 6,8%, um aumento de quase 200% em relação ao primeiro LIRAa de 2019, cujo valor auferido foi de 3,8% de infestação do mosquito. De acordo com o Setor de Endemias, apesar do risco de epidemia se estender a todo o município, em 12 bairros a situação é mais grave devido ao grande número de focos do mosquito encontrados. São eles: Alto da Praia, Alvorada, Centro, Mangabeiras, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Lourdes, Novo Horizonte, Sagrado Coração de Jesus, Santa Luzia, São Luiz, Vila Esperança e Vila Ferreira.

Centro-Oeste

Entre as 53 cidades da Superintendência Regional de Saúde (SRS), com sede em Divinópolis, apenas oito apresentaram alto índice de infestação. Campo Belo lidera o ranking com 1.293 casos, seguida por Pará de Minas (1.235), Formiga (744), Bom Despacho (359), São José da Varginha (218), Santo Antônio do Monte (202), Perdigão (82) e Carmo da Mata (60).

Todas as cidades registraram aumento de casos em relação ao boletim da semana passada. Em Campo Belo o aumento foi maior do que em Formiga, 189 novos casos. Pará de Minas teve um aumento de 88 casos, Bom Despacho 70, São José da Varginha 7, Santo Antônio do Monte 19 e Perdigão 3.

Divinópolis, que apresenta uma incidência baixa de contaminação, passou de 99 para 130 casos registrados, 31 a mais que na semana passada. Nova Serrana teve 34 casos a mais em relação ao último boletim: 110 contra 76.

São Gonçalo do Pará, apesar do baixo número de casos prováveis, teve, em uma semana, aumento de mais de 150% dos casos. São 23 casos, segundo o boletim de terça-feira, contra nove da semana passada.

Em Arcos não houve aumento de casos. No município há oito investigações e a incidência de infestação é baixa (20,10). Em oito municípios da SRS-Divinópolis ainda não houve registro de dengue, são eles: Camacho, Córrego Fundo, Estrela do Indaiá, Medeiros, Passa Tempo, São Francisco de Paula, Serra da Saudade e Tapiraí.

Em Minas Gerais, até essa quinta-feira (19) haviam sido registrados 564 casos confirmados e 30.729 em investigação.

Óbitos

O Estado registrou a segunda morte por dengue em 2020 segundo o boletim da SES/MG. Um óbito foi em Medina, na região do Vale do Jequitinhonha, e o mais recente em Carneirinho, no Triângulo Mineiro. Há ainda 17 óbitos em investigação em Minas.

Na região Centro-Oeste, são investigadas duas mortes em Divinópolis e uma em Bom Despacho.

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