Deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) apresentaram requerimento e iniciaram a colheita de assinaturas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a suspeita de ‘fura-fila’ na campanha de vacinação contra a Covid-19. O secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, que confirmou ter sido imunizado, é um dos alvos. Os deputados Ulysses Gomes (PT), Cássio Soares (PSD) e João Vitor Xavier (Cidadania) foram os primeiros signatários. 

O secretário Carlos Eduardo Amaral esteve presente em audiência pública na ALMG nesta quarta-feira (10) para responder a perguntas sobre o combate à Covid-19 em Minas Gerais. Questionado sobre a vacinação de servidores de setores administrativos da secretaria de Saúde, disse que queria “dar o exemplo” para a sociedade.

“Quis ser vacinado para não parecer que eu era contra a vacina ou que acho que alguma vacina não servia. Acho que todos devemos ser vacinados, e tenho trabalhado há muito tempo nos hospitais. É importante dar o exemplo de que é preciso ser vacinado”, afirmou o secretário do governo Romeu Zema.

Enquanto o secretário ainda era sabatinado, o deputado João Vitor Xavier, a comissão de saúde da ALMG, em entrevista coletiva, se mostrou insatisfeito com as respostas de Amaral. “Estamos com cinco, quase seis horas de uma sabatina, mas muito foi dito e muito pouco foi respondido. Parece aquelas respostas do Rolando Lero, da Escolinha do Professor Raimundo, em que vai falando, falando, falando e não é dito nada. Eu perguntei três vezes ao secretário quanto foi o investimento na saúde do ano passado e ele falou, falou e não respondeu”, criticou o parlamentar.

Por mais de uma vez, os deputados cobraram do secretário a apresentação da lista de servidores vacinados e quais cargos ocupam na secretaria. Ao todo, segundo a própria secretaria, 500 pessoas foram vacinadas, incluindo o secretário. Os deputados questionam assim o fato de servidores que não ocupam cargo na ponta do combate à pandemia terem sido imunizados. 

Carlos Eduardo Amaral disse que, apesar de ter a lista, precisaria consultar a equipe jurídica do governo de Minas se poderia repassá-la aos parlamentares. O Ministério Público de Minas Gerais também investiga a suspeita de ‘fura-fila’ na campanha de vacinação.

“A nossa Polícia Militar, que não parou um dia durante a pandemia, não foi vacinada. Qual a diferença de um servidor da secretaria de Saúde que está trabalhando na parte administrativa para um servidor da Comissão de Saúde da Assembleia de Minas ou da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Não há diferença. São servidores da área administrativa ligados à área de saúde. Então é preciso entender porque esse privilégio a um determinado grupo de servidores públicos do Estado”, afirma João Vitor Xavier.

Fonte: O Tempo

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