Pesquisadores do Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte, descobriram na cidade de Curvelo, Região Central de Minas Gerais, uma caverna desconhecida há mais de 100 anos. O local, batizado com o nome “A Lapa de Quatro Bocas” pelo cientista Peter Lund, estava perdido na localização devido às mudanças de nome.
A caverna, chamada atualmente de Gruta do Tatu, se destaca pela extensão de sua cavidade considerada acima da média, sendo subdividida em dois níveis. A descoberta se deu através da comparação entre os registros do cientista dinarmaquês Peter Lund e os mapas atuais da região da cidade mineira.

Foram realizados, também, trabalhos de campo com a utilização de equipamentos como trenas, bússolas e lanternas.
O professor do Centro Universitário Newton Paiva e ex-diretor da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), Luciano Emerich Faria, comemora a conquista. Ele tem se dedicado a refazer o caminho percorrido pelo cientista.
“O fato de estarmos apresentando a descoberta este ano é especialmente gratificante. Afinal, trata-se da comemoração dos 220 anos do nascimento de Peter Lund. Considerado o pai da paleontologia, ele foi uma figura decisiva para a localização das mais importantes cavernas em Minas Gerais”, disse.  No século XIX, o pesquisador dinamarquês explorou centenas de cavernas no estado de Minas Gerais e produziu registros que contribuem e ajudam até hoje os espeleologistas. Além disso, participou ativamente na paleontologia, descobrindo mais de 12 mil peças fósseis na região de Lagoa Santa.
Luciano espera uma visibilidade maior para o trabalho de Lund. “Acredito que seja importante valorizar a atuação de cientistas de gerações passadas, pois eles abriram caminho para muitas de nossas conquistas atuais”, afirma o pesquisador, que pretende divulgar oficialmente a descoberta na próxima edição do Congresso Internacional de Espeleologia. 

Ano internacional das cavernas

O ano de 2021 foi escolhido como o ano internacional das cavernas, com o intuito de conscientizar a população e o poder público sobre a preservação dos ecossistemas. A iniciativa é da União Internacional de Espeleologia (UIS).
A preservação das cavernas é importante, pois elas abrigam registros históricos e valiosos e armazenam água saciando, assim, a sede de espécies raras de animais.
Segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Minas Gerais concentra 38,5% de todas as 16.034 cavidades naturais do país. As grutas da Lapinha, de Maquiné e Rei do Mato são algumas das mais conhecidas. 
Essas cavernas ainda movimentam a economia das regiões, visto que é recorrente atividades turísticas e/ou esportivas nesses locais.

Fonte: Estado de Minas

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