O desemprego no Brasil saltou para uma taxa recorde de 14,4% no trimestre encerrado em agosto. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nessa sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa já registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

“Esse aumento da taxa está relacionado ao crescimento do número de pessoas que estavam procurando trabalho. No meio do ano, havia um isolamento maior, com maiores restrições no comércio, e muitas pessoas tinham parado de procurar trabalho por causa desse contexto. Agora, a gente percebe um maior movimento no mercado de trabalho em relação ao trimestre móvel encerrado em maio”, afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

O índice de 14,4% corresponde a um aumento de 1,6 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em maio (12,9%), e de 2,6 pontos percentuais frente ao mesmo intervalo do ano passado. O resultado ficou acima da mediana das expectativas de 28 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava para uma alta da taxa para 14,2%.

Os dados mostram que foram fechados 4,3 milhões de postos de trabalho em apenas 3 meses, levando o total de desempregados a 13,8 milhões de pessoas, um aumento de 8,5% frente ao trimestre anterior.

“São cerca de 1,1 milhão de pessoas a mais à procura de emprego frente ao trimestre encerrado em maio “, destacou o IBGE. No mesmo trimestre de 2019, o país tinha 12,6 milhões de desempregados.

População ocupada cai para nova mínima histórica

A população ocupada no Brasil encolheu 5% em 3 meses, recuando para 81,7 milhões, nova mínima histórica da série. O número representa uma redução de 4,3 milhões pessoas em relação ao trimestre encerrado. Já em 12 meses, o país perdeu 12 milhões de postos de trabalho, considerando todas as formas de atuação no mercado de trabalho.

Aumentou também a fatia de brasileiros que não está trabalhando. O nível de ocupação (46,8%) atingiu o patamar mais baixo da série histórica, com queda de 2,7 pontos percentuais ante o trimestre anterior (49,5%), quando, pela primeira vez na história da pesquisa menos da metade da população em idade de trabalhar estava ocupada.

“O cenário que temos agora é da queda da ocupação em paralelo com o aumento da desocupação. As pessoas continuam sendo dispensadas, mas essa perda da ocupação está sendo acompanhada por uma maior pressão no mercado”, afirma  Adriana Beringuy.

Fonte: G1

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