Quando uma administração cai no descrédito da opinião pública a ponto disto se constatar em quase 100% de comentários veiculados nas redes sociais e as páginas dos principais órgãos de imprensa, em especial os de reconhecida credibilidade, apontarem com certa frequência na mesma direção, isto é sinal de alerta para qualquer governante que se preze, imaginar que algo de novo está por vir.

É claro que notícias sobre o encaminhamento de uma série de ações propostas por órgãos fiscalizadores externos, no caso o MP, devem ser vistas como uma sinalização de que o “andar da carruagem, no mínimo, parece se dar fora dos trilhos convencionais”, o que não é aceitável, em se tratando de administração pública.

A nossa, ao que parece, não tem se dado ao trabalho de corrigir, em muitos de seus setores, alguns procedimentos já apontados como inaceitáveis ou impróprios por quem de direito e insiste em manter tais condutas, apesar das reiteradas advertências.

Disto resulta o considerável número de ações civis e/ou criminais que atualmente tramitam no Judiciário contra o município, seu principal gestor e outros.

A falta de um norte na tomada de decisões, por quem de direito, comum no início deste governo quando estas cabiam a um “estranho que se instalou no ninho governamental”, ainda hoje, apesar da reiterada informação de que ele nelas não mais influi, ainda é patente.

Por aqui, as ordens ou a falta delas, muitas vezes se sobrepõem e complicam tudo. Exemplo disto, é o desencontro total nas ações que deveriam regular as relações entre a Santa Casa e a municipalidade. Todo mundo sabe que para o melhor atendimento da população, a harmonia entre as partes é fundamental. Esta semana, apesar do secretário de Fazenda ter afirmado na Tribuna da Câmara que a autorização para a negociação de recebíveis futuros junto a rede bancária, aliviaria o caixa municipal, viabilizando o pagamento de débitos assumidos anteriormente para com a Santa Casa, o que se viu na prática foi mais um fiasco total durante a audiência judicial que poderia por fim à pendenga. O município esteve representado por alguém que se disse sem poder de decisão e pior que isto, afirmou desconhecer até mesmo o teor daquilo que ali se pretendia acordar e para o que, as partes haviam sido intimadas.

Foi vergonhoso e inaceitável mais este posicionamento por parte do governo que, nas palavras do ilustre secretário de Fazenda, tudo faria para viabilizar soluções que aliviassem a penúria da Santa Casa que, todo mundo sabe, tem cumprido a duras penas com a tarefa de prestar atendimento à população, ainda por definição constitucional esta seria uma obrigação muito mais afeta ao município, do que a ela própria.

Nos parece que governar não é apenas, vez por outra, promover a troca de secretários ou, simplesmente fazer com que uns poucos, competentes é claro, acumulem funções para que o inchaço da máquina repleta de figuras notórias de pouco saber, continue onerando os cofres. Muito menos, repetir durante anos fio promessas que todo mundo sabe, jamais serão cumpridas.

A velha prática do “cabide de empregos” se não for abolida e, se não houver um corte profundo nas despesas deste município, ainda que com a negociação autorizada de royalties ou de outros recebíveis, jamais nos livraremos dos rombos hoje existentes. O que hoje, confessadamente, existe no Previfor, é exemplo disto.

Se a competência, a credibilidade e o notório conhecimento na área de finanças, qualidades que Toinzinho traz consigo e sua facilidade em tratar destas questões foram capazes de em poucos minutos de exposição, atrair a simpatia e a confiança de grande parte da Câmara, até mesmo de alguns tidos como algozes do governo, fazendo com que a maioria defendesse sua tese, é bom não nos esquecermos de que, isso não garante eternamente, a adoção de soluções viáveis, já que ele mesmo anunciou que em breve deixará o cargo.

Se o fizer, acreditamos, deixará bem encaminhadas as soluções para boa parte dos graves problemas financeiros que ainda hoje persistem.

Todavia, se ele não puder comparecer hoje mesmo, a mais uma rodada de negociações no Judiciário, na busca de um melhor entendimento entre município e a Santa Casa, acreditamos que será muito bom, embora infinitamente mais oneroso, que o senhor prefeito abra mão da jogada política de inaugurar a UPA somente às vésperas das eleições e a coloque em funcionamento, de imediato.

Independente da solução das questões financeiras entre as partes, não dá mais para assistirmos a população, sofrendo diariamente naquelas instalações do PAM, insalubres, desconfortáveis, desumanas, quando a poucos metros dali, uma confortável e moderna UPA, semi-concluída há bastante tempo, aguarda, sabe-se lá o quê, para entrar em funcionamento.

Para quem se elegeu prometendo ao povo um Hospital Regional, já passou e muito, da hora do senhor prefeito começar a governar em favor da saúde pública. Que determine logo esta transferência do atendimento do PAM para o prédio da UPA! Quem sabe se com esta medida simples e sensata, ele não saia da vergonhosa posição em que hoje se encontra nas pesquisas de opinião pública? Acorda, olha o cavalo passando arriado aí, prefeito!

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