Neste fim de semana (6 e 7), Formiga sediará uma das etapas do Festival Nacional da Canção (Fenac). O evento será pela primeira vez em praça pública, na praça da Matriz São Vicente Férrer. Mas, o que era para ser uma novidade, acabou gerando uma grande polêmica.
Tudo começou com a realização do 1º Festival da Canção de Formiga (Festifor), realizado nos dias 12 e 13 de maio, e que premiou os seis vencedores com R$1.500 cada, além da classificação para a etapa do Festival Nacional da Canção. Até aí tudo bem, se não fosse a promessa de que, além disso, os vencedores ganhariam uma quantidade de ingressos (seriam 200 ingressos para cada um) para venderem e reverterem em benefício próprio.
Passado o Festifor, decidiu-se que o Fenac seria realizado em praça pública, então, não se falou mais na história de dar ingressos para os músicos venderem, já que o evento não seria cobrado. Já às vésperas da fase do Festival da Canção em Formiga surgiu um impasse. Segundo a secretária de Cultura, Maria Andrada, a organização do Fenac sempre faz um projeto social nas cidades-sede e, se não fosse cobrada a entrada, não teriam como cumprir esta parte de ajudar a instituições de caridade. Assim, a organização do Fenac negociou com a maçonaria que seriam cobrados R$2 a título simbólico para que depois o dinheiro fosse doado a alguma entidade.
A própria secretária de Cultura só veio a saber disso depois que a informação começou a circular na imprensa. Com a decisão de se cobrar a entrada, mesmo que um valor simbólico, começaram os questionamentos sobre os ingressos que seriam doados aos músicos para venderem.
Esclarecendo os fatos
No início da semana, a redação do jornal Nova Imprensa e do portal Últimas Notícias procurou Maria Andrada para apurar como ficaria esta questão dos ingressos. A secretária disse que o assunto não havia sido discutido, porque tanto a organização do Fenac quanto ela haviam se esquecido desse fato, já que, inicialmente, o festival seria em praça pública.
A polêmica começou a se espalhar ainda mais e começou-se a perceber algo entendido como desorganização e desencontro de informações. Questionada sobre a programação do Fenac, faltando apenas três dias para o evento, Maria Andrada e nem mesmo a Secretaria de Comunicação, que deveria informar à população, tinham acesso à relação das atividades e locais. A programação também não constava no site oficial do Festival Nacional da Canção.
A redação apurou que até mesmo os locais de realização dos eventos estavam apresentando divergências, pois a organização do Fenac estava confundindo os nomes das praças, o que estava dificultando as providências que deveriam ser tomadas pela Prefeitura nos locais escolhidos.
A polêmica sobre a venda de ingressos continuou ao longo da semana, pois, para permitir isso, seria preciso fechar a praça São Vicente Férrer. Decidiu-se então que seria montada uma tenda (como de circo) para a apresentação dos músicos. Na manhã de quinta-feira, a redação entrou em contato com uma das organizadoras do evento, Laura Naves. Ela garantiu que não houve por parte da organização do Fenac a promessa de dar ingressos aos músicos para venderem, mas que se reuniria com Maria Andrada para resolver essa questão da melhor forma possível.
A redação voltou a falar com Maria Andrada e ela garantiu que a organização do festival estava ?tirando o corpo fora? e que o organizador do Fenac, Gleizer Naves, havia dito a ela por telefone que doaria os ingressos, que foi ideia dele. A secretária assumiu que estava havendo desorganização em muitos quesitos e que, inclusive o pessoal do Fenac não havia passado a programação e nem mesmo os documentos para a liberação dos alvarás para a realização do evento. No fechamento da edição, a redação tentou novamente falar com a secretária de Cultura para saber o que ficou decidido, mas o celular da secretária estava desligado.
Estrutura para o Fenac
Na tarde de quinta-feira (5), estavam sendo montadas as tendas para a realização do Festival da Canção, mas, para a surpresa de muitos, foram detectados alguns problemas, durante a fiscalização para a liberação de laudo, da Defesa Civil e laudo ambiental. As tendas estavam cercadas com tapumes. Para montar esta estrutura, furaram até buracos no piso de concreto na praça São Vicente Férrer. Devido à falta de tempo hábil para a obtenção do alvará do Corpo de Bombeiros, a organização do Fenac decidiu retirar os tapumes, que, já no fechamento desta edição, estavam empilhados no piso da praça.
A Defesa Civil determinou também a retirada de uma lona plástica que fechou o entorno das tendas, sob a alegação de que o material inflamável colocaria em risco eventual os participantes do Fenac. O município, com autorização da Câmara, repassou aos organizadores do festival R$30 mil.

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