Apresentado nesta quinta-feira (19) como o mentor dos incêndios a ônibus em Belo Horizonte e região metropolitana, o detento Cleverson Silva de Oliveira, 27, estaria planejando um atentado ainda mais grave: destruir, com o uso de dinamites, pelo menos quatro grandes viadutos da cidade. Um deles seria o da Lagoinha, um dos mais movimentados da capital.
Assaltante de bancos e homicida, Oliveira orquestrou os crimes de dentro da penitenciária Nelson Hungria. Ele estaria insatisfeito com uma operação pente-fino feita no presídio no último dia 25. Um dia depois, os ataques aos ônibus tiveram início.
Das 13 ocorrências registradas desde então, a polícia suspeita que pelo menos cinco foram a mando de Oliveira. Outros presos, igualmente revoltados com a operação policial que retirou das celas celulares e drogas, também teriam ordenado atentados a coletivos. Em nenhum dos ataques a ônibus houve feridos. Usando um celular, Oliveira, condenado a mais de 50 anos de prisão, teria incitado aliados a cometer a série de atentados.
O assassinato de agentes penitenciárias femininas também estaria entre os planos do criminoso. Escutas telefônicas mostraram que numa conversa com uma irmã, Cleverson Oliveira chegou a zombar dos atentados, aos quais se referiu como fogueira santa.
A polícia informou que pelo menos 11 pessoas suspeitas de participarem diretamente dos ataques aos ônibus já teriam sido identificadas, mas nenhuma delas havia sido presa até ontem à noite. A maioria seria adolescentes.
O assassinato das agentes penitenciárias, segundo informou a polícia, seria um revide à rigorosa revista feita nas mulheres parentes dos detentos durante as visitas. Ontem, ao ser apresentado à imprensa, mesmo ao lado de policiais, Oliveira não se intimidou e ameaçou promover o caos em Minas.
Dinamite
O delegado Islande Batista disse nesta quinta-feira que as três apreensões de bananas de dinamite, na última semana, na área do bairro Madre Gertrudes, região Oeste da capital, podem ter ligação com o plano terrorista do criminoso. Os 190 explosivos foram encaminhados ao Instituto de Criminalística para análise.

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