Detentos do Presidio Regional de Formiga e de mais cinco unidades prisionais do Estado estão produzindo os próprios uniformes. A produção faz parte de um circuito industrial implantado pela Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) nos presídios e penitenciárias mineiros e tem gerado uma boa economia para o Estado. Em 2016 a economia foi de R$2.225.713,90,segundo a Seap.

Em Formiga, Itajubá, Pouso Alegre, Caxambu e Uberlândia são produzidos os uniformes e em Muriaé os chinelos usados pelos detentos. Já em Divinópolis são produzidos lenções. Os itens são confeccionados em galpões industriais instalados dentro dos sistemas prisionais e distribuídos para as unidades do Estado.

Toda pessoa que entra no sistema prisional recebe o “kit preso”, composto por toalha, escova e pasta de dente, sabonete, desodorante, caneca, colher, uniforme e um par de chinelos preto.

“Essas atividades produtivas vão muito além da economia para o Estado. O maior valor agregado está no investimento social para a vida dos sentenciados e dos familiares. Significa investir na qualidade do cumprimento da pena, em saúde física e mental, e ainda na formação de mão de obra especializada”, destaca o subsecretário de Gestão Administrativa, Logística e Tecnologia, Wilson Gomes.

Os presos recebem por produção: um custo consideravelmente mais baixo do que o de um empregado com carteira de trabalho assinada. Eles têm direito à remição de pena. Para cada três dias trabalhados, um a menos na condenação.

Nesses galpões, a única forma de identificar que os “funcionários” cumprem pena judicial é o fato de vestirem o uniforme da Seap, pois o ambiente é de uma fábrica: linha de produção com divisão de tarefas, barulho somente das máquinas, concentração e um supervisor de qualidade atento aos acabamentos e metas.

 Resultados

As calças, bermudas e camisas produzidas no sistema prisional representaram uma economia de R$1.1916.131,90. Em preços de mercado, levando em consideração que as peças seriam adquiridas em grande quantidade, uma calça sairia por R$24,50; uma bermuda, por R$19,90; e uma camiseta, por R$ 8.

A compra dessas peças, em 2016, custaria ao Estado R$9.768.000, mas  produzidas pelos presos, o custo foi de R$7.851.868.

O Sul de Minas Gerais concentra a maior parte da produção de uniformes. Em Pouso Alegre, por exemplo, trabalham nove detentas que fabricam semanalmente cerca de 1.500 camisetas femininas (o uniforme tem peças diferenciadas para homens e mulheres), sendo recolhidas a cada 40 dias.

“As detentas dominam o processo de forma integral. Elas sabem fazer tudo e estão preparadas para o mercado de trabalho na área de confecção”, garante a diretora de atendimento e ressocialização do Presídio de Pouso Alegre.

O galpão de trabalho tem 300 m². Dispõe de cinco máquinas de costura e uma de corte. A fabricação das camisetas começa com o corte do tecido, que chega em bobinas industriais, até a silkagem e embalagem.

Calçados e limpeza

Em Muriaé, na Zona da Mata, a Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa é responsável pela fabricação dos chinelos. Dez presos entregam cerca de 250 pares por dia, nos tamanhos 37 a 42. Ao local chegam placas de borracha que são marcadas, cortadas e furadas. Em seguida, os chinelos recebem as correias de borracha e são embalados.

A unidade também produz vassouras e rodos, utilizados na limpeza das unidades prisionais. São aproximadamente 2 mil peças por mês, feitas de piaçava e garrafas PET recicladas.

Lençóis

As roupas de cama utilizadas nos beliches das unidades prisionais são confeccionadas no Presídio Floramar, em Divinópolis. Dezenove homens e oito mulheres produzem cerca de 11 mil peças por mês, em dois galpões separados. O masculino tem 122 m², e o feminino, 43m².

 

Fonte: Segov ||

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