O consumidor mineiro pode adquirir produtos nesta quinta-feira (4) com preços até 70% menores. Em Belo Horizonte são mais de 200 empresas que participam hoje do Dia Livre de Impostos (DLI), promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) e pela CDL Jovem.

Serão comercializados desde alimentos a itens de papelaria, ótica, vestuário, pet shop, medicamentos genéricos, cursos de idiomas, material de construção, entre outros, com o desconto dos tributos incidentes sobre eles. O DLI será realizado, simultaneamente, em 144 cidades de 18 estados brasileiros. Ao todo, serão mais de 800 lojas vendendo produtos sem impostos.

Devido à pandemia do novo coronavírus, que impôs neste ano medidas de isolamento e distanciamento social, a 14ª edição do DLI será totalmente on-line. Em anos anteriores, longas filas se formavam, ainda na madrugada, em um posto de combustível da avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte. A lista com as empresas participantes e dos produtos cadastrados pode ser acessada no site (clique aqui)

O DLI é uma forma de protesto contra a elevada carga tributária no país e o péssimo retorno do pagamento desses impostos para os cidadãos. Para se ter uma ideia, o brasileiro trabalha 153 dias só para pagar tributos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Segundo a entidade, a cada ano esse número de dias vem aumentando. Na década de 80, eram 77 (dois meses e 17 dias). Já na posterior, 102 (três meses e 12 dias). 

E o Dia Livre de Impostos vem justamente para marcar simbolicamente esta data em que os brasileiros passam a trabalhar para o sustento próprio, já que os valores pagos até agora são de tributos aos governos.

“Além de protestar contra a alta carga tributária e cobrar o retorno efetivo dos impostos para a sociedade em forma de investimentos em serviços essenciais, como saúde e educação, neste ano, em função da pandemia do coronavírus, o sistema tributário tornou-se um assunto inadiável para discussão”, afirma o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, lembrando que é necessária uma carga tributária mais justa e simplificada, com retorno em gestão pública cada vez mais eficiente.

Segundo ele, o setor privado já vinha sendo sacrificado por um modelo fiscal que pune quem gera emprego no Brasil e que, agora, com a pandemia de Covid-19, ele foi duplamente prejudicado. “A perspectiva do fechamento de milhares de empresas, a burocracia tributária e o baixo retorno dos impostos pagos levam à necessidade de urgência do avanço da agenda da Reforma Tributária”, enfatiza. 

Hoje, para se ter uma ideia, em alguns produtos a carga tributária chega a superar os 80%, segundo o IBPT, como no caso da cachaça (81,87%). Nos jogos de videogame atinge 72,18%, maquiagem 69% e micro-ondas 59,37%. Com a retirada dos impostos, por exemplo, uma calça jeans de R$ 159,90 sairá hoje por R$ 104,46. Da mesma forma, um colchão cairá de R$ 199 para R$ 122.

Além do protesto, Marcelo de Souza e Silva enfatiza que a data é extremamente importante para o consumidor se conscientizar sobre os impostos que paga embutidos no preços dos produtos. “Será uma boa oportunidade, tanto para os lojistas, para elevar as vendas, quanto para os consumidores, que já se habituaram às compras pela internet e terão descontos de até 70% sem a incidência dos impostos nos produtos”, enfatizou.

Fonte: Hoje em Dia

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