O médico e diretor técnico da Santa Casa de Caridade de Formiga, Ronan Rodrigues de Castro, fez uso da ?Tribuna do Povo? na Câmara Municipal, durante a reunião desta segunda-feira (5). Ele falou sobre questões referentes ao plantão de disponibilidade médica em sobreaviso da entidade.
Ronan Castro explicou que para o plantão funcionar depende das clínicas médicas 24 horas disponíveis nos sete dias da semana, para efetuar os atendimentos de urgência emergência. ?Para realizar a internação hospitalar, é preciso que a qualquer hora do dia ou da noite tenha médicos daquelas especialidades para poder realizar esse atendimento, através de um sistema que se chama hoje de SUS Fácil. Todo paciente em Minas Gerais é cadastrado para ser realizada a sua internação, então, isso dignifica o plantão de disponibilidade?.
O diretor técnico disse que, por meio da resolução do Conselho Federal de Medicina, ficou mais claro o pagamento do plantão de disponibilidade. ?Os médicos não tinham o respaldo e não recebiam por esse serviço. O profissional que está nesse serviço, ele pode fazer outras atividades desde que a prioridade dele seja o plantão de disponibilidade. Então chamou, ele [médico]tem que estar presente para acolher aquela solicitação?, explicou.
Sobre a remuneração da disponibilidade médica de sobreaviso, Ronan Castro ressaltou que deve ser de forma justa, sem prejuízo no recebimento de honorários pelos procedimentos praticados. ?Temos algumas dificuldades, inclusive de relacionamento com a Secretaria de Saúde em relação a pagamento. Mas já melhorou bastante esse nosso relacionamento? , comenta
?De acordo com o artigo 3º do Conselho Federal de Medicina, o médico de sobreaviso é acionado pelo médico plantonista, informando a gravidade do caso, bem como a urgência e emergência do atendimento. O médico plantonista tem total liberdade para ligar para o outro e explicar o caso. São coisas que temos dificuldade aqui em Formiga. Já em casos de urgência e emergência, o médico deverá obrigatoriamente permanecer como responsável pelo atendimento do paciente, até a chegada do médico de sobreaviso. A partir daí, ambos decidirão quem será o responsável em continuar com o caso. Isso é importante porque tem que ter o médico plantonista lá?, explicou.
Segundo Ronan Castro, hoje, na Santa Casa, existem seis clínicas de disponibilidade: médica, pediátrica, anestésica, obstétrica, ortopédica e cirúrgica. A cirúrgica, até então, tem um contrato específico com a Secretaria de Saúde, ela tem um vínculo direto com a secretaria e não com o hospital. As outras clínicas prestam serviços à Santa Casa e recebem pelos serviços prestados. ?O hospital recebe neste ano R$ 37.500 / mês da Secretaria Estadual de Saúde, do programa que se chama Pro- Urge, que destina a hospitais microrregionais e da macrorregião. Formiga é uma sede microrregional, por isso a Santa Casa tem essa verba, que vem para a Secretaria de Saúde e é repassada para o hospital. Esse valor não cobria todas as especialidades, no final do ano, a secretaria pagava R$ 17.100 à Santa Casa e aceitou passar R$ 25.500 para o hospital prestar esse serviço?.
A Santa Casa repassa aos médicos R$ 400 por 24 horas, para cada uma das cinco clínicas em disponibilidade. ?Esse valor é para o profissional que está disponível. Entretanto, chamou para o atendimento, se o médico tiver em seu consultório atendendo outra pessoa, ele deve ir atender à emergência?, explicou o diretor técnico.
O médico contou ainda que a Secretaria de Saúde compra o serviço da Santa Casa para facilitar o acesso de seus pacientes às internações. Tanto ortopédica, no caso de fraturas, quanto na pediatria e na clínica médica, para realizar a internação a qualquer hora do dia.

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