A redução de preços da gasolina e do diesel anunciada pela Petrobras na sexta-feira (14) e esperada para chegar às revendas nesta segunda-feira (17), ainda não foi sentida pelos consumidores. Na grande maioria dos postos de combustíveis de Formiga os preços continuam os mesmos.

Segundo informações de um proprietário de um dos postos da cidade, o preço do combustível não teve redução por causa do estoque. “Nosso estoque está cheio e adquirimos os combustíveis antes da redução. Dessa forma, temos que manter o preço para não termos prejuízo”.

Na sexta-feira, a Petrobras anunciou a redução do preço da gasolina em 3,2% nas refinarias e de 2,7% no diesel. A expectativa é de que os postos começassem a repassar a diferença já a partir desta segunda, de forma diferenciada, uma vez que os preços são livres, o que ainda não aconteceu.

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), até o momento não houve redução por parte das distribuidoras. Segundo o sindicato, o segmento responsável por levar o combustível da refinaria às revendas tem apontado o etanol anidro como um dos vilões. O etanol é adicionado na gasolina(na composição da gasolina o álcool anidro representa 27%.) e encareceu nas últimas semanas (14% na produção). Os produtores de etanol, por sua vez, não querem arcar sozinhos com a responsabilidade pelo encarecimento da gasolina e apontam que apesar do início da entressafra, o peso do etanol não ultrapassa 20% do custo final do combustível.

Mistura

O presidente do Sindicato do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, aponta que o peso do álcool anidro na mistura com a gasolina fica entre 15% e 20% do custo total do produto. “Essa é uma conta difícil de se fazer. O mercado é livre e a queda de preços vai depender da competição entre a cadeia.” Segundo Campos, o consumo da mistura gasolina e etanol caiu em média 1,5% este ano no país o que afetou as margens do segmento. No entanto, ele defende que o produto não pode ser responsável sozinho por segurar os preços da gasolina. “A alta do etanol já vem acontecendo há algumas semanas, porque só agora a questão está sendo considerada?” questionou.

No início da entressafra, a expectativa do setor é que esse ano a produção total de álcool fique entre 2% e 4% menor, o que de agora até o maio do ano que vem não sinaliza para queda de preços do produto. Nos últimos 12 meses, até setembro, a gasolina acumula alta de 9,77% frente uma inflação, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida pelo IBGE de 8,48% no mesmo período. Segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP) o preço médio do litro da gasolina em Minas Gerais é de R$ 3,70.

O Minaspetro aponta que de fato o anúncio da Petrobras coincidiu com o início da entressafra que encareceu o preço do etanol anidro, no entanto o presidente do Sindicato Carlos Guimarães Jr, em nota enviada à impressa ressaltou que os empresários do setor não querem ser os vilões e empurra a bola para a distribuição. “Como revendedor, fico indignado de, mais uma vez, pagar a conta perante ao consumidor em virtude dos altos preços praticados pelas distribuidoras”, disparou. Segundo Guimarães, os anúncios de redução de preços da gasolina costumam vir acompanhados de alta de impostos ou de encarecimento do etanol, o que anula a redução de preços para o consumidor.

 

 

Fonte: Com informações do Estado de Minas ||

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