Morreu nesta terça-feira (7) um dos sete pacientes internados em Minas com sintomas graves causados por um mal ainda não identificado pelas autoridades. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que o homem, de 55 anos, estava hospitalizado em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Outras seis pessoas – uma delas parente da vítima – seguem em Centros de Tratamento Intensivo (CTIs) com quadro de insuficiência renal e alterações neurológicas.

A força-tarefa que investiga as ocorrências – além de BH e Juiz de Fora, há registro em Nova Lima – não sabe, até este momento, a causa do que já é considerado surto. O único denominador comum entre as vítimas é o fato de morarem ou terem estado na mesma época no Buritis, região Oeste da capital.

Em busca de qualquer informação que ajude a elucidar o caso, uma varredura em casas e comércios do bairro está sendo feita por agentes de saúde e fiscais.
Na tentativa de conter o avanço dessa “doença” misteriosa, a SES emitiu nota técnica ontem orientando hospitais a comunicar, em até 24 horas, a chegada de pacientes com sintomas semelhantes aos já relatados.

Inicialmente classificados como intoxicação, os casos são investigados desde 30 de dezembro, depois que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, da SES, foi notificado sobre um doente na capital. No dia seguinte, uma hospitalização em Juiz de Fora. Também foi constatado caso dia 19 do mês passado, sem que maiores detalhes tenham sido divulgados até agora.

Nenhum dos exames aos quais as vítimas foram submetidas indicou o que teria provocado o quadro. “Após os primeiros sintomas, todos evoluíram rapidamente, em menos de 72 horas, para insuficiência renal grave”, explicou o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Dario Brock Ramalho. Ele garante não haver razão para pânico. “Parece ter ocorrido exposição pontual, que ainda não conseguimos identificar. É desconhecido se ingeriram ou inalaram alguma toxina. Como não estão surgindo novos pacientes, não há motivos para alarde”.

Segundo a SES, os enfermos são homens de 23 a 76 anos e com alto poder aquisitivo. Cinco moram em BH e os outros dois em Nova Lima (Grande BH) e Ubá (Zona da Mata) – esse último veio a óbito.

Participam da força-tarefa as secretarias de Saúde de Estado e de BH, Polícia Civil, Fundação Ezequiel Dias, o Ministério da Agricultura e vários hospitais.

Repercussão

Especialistas em saúde também repercutem a situação. Ao Hoje em Dia, o virologista Flávio Fonseca, da UFMG, contou que uma das hipóteses debatidas entre eles é que a doença tenha origem em um vírus que causa encefalite (infecção no cérebro). “Alguns dos sintomas, como confusão mental, desânimo e cansaço, são semelhantes”, comentou.


Arte: Hoje em Dia

 

Fonte: Hoje em Dia ||
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