A Prefeitura de Divinópolis confirmou nesta segunda-feira (10) que investiga mais dois casos de febre maculosa no município. De acordo com o diretor de comunicação, Evandro Araújo, as pacientes são duas crianças de dois e 10 anos.

As crianças, segundo Evandro, moram nos bairros Belvedere e Candelária e apresentaram os sintomas da doença na última semana. Amostras de sangue das crianças foram colhidas e enviadas para análise na Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte.

Casos de febre maculosa na cidade

Até o momento, Divinópolis apresentou quatro casos confirmados da doença. Destes, três evoluíram para óbito e apenas uma menina, de oito anos, sobreviveu.

O primeiro caso confirmado da doença foi o de uma jovem de 24 anos. Ela morreu no dia 30 de junho após dar entrada no Hospital São João de Deus (HSJD) com dores no corpo e febre alta.

O segundo caso é o de um idoso de 81 anos que morreu no dia 23 de julho. Ele foi internado no Hospital Santa Mônica com febre alta e dores no corpo. A vítima chegou a ser encaminhada à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não resistiu.

O terceiro caso é um idoso de 63 anos, que morreu no dia 4 de agosto. Segundo a Secretaria de Saúde, o paciente havia frequentado o Parque da Ilha, apontado pela Prefeitura como um dos pontos de risco da cidade. A Prefeitura também informou que o idoso chegou a ser encaminhado para o hospital, mas teve uma rápida evolução do quadro clínico.

O quarto caso confirmado na cidade foi o de uma criança de oito anos, aluna da Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro. Ela ficou internada no Hospital São João de Deus, mas foi liberada e passa bem, segundo a Prefeitura.

Interdições

No início de agosto, a Prefeitura interditou o Parque da Ilha após a confirmação da morte de duas pessoas pela doença e que teriam frequentado o local dias antes de apresentar os sintomas. O local é considerado um ponto de infestação do carrapato-estrela, que é transmissor da doença.

O Centro de Treinamento do Flamengo, que fica nas imediações do Rio Itapecerica e do Parque da Ilha, também foi interditado na quinta-feira (30).

Na sexta-feira (31), a Prefeitura interditou o Estádio Waldemar Teixeira de Faria, o ‘Farião’, utilizado pela equipe do Guarani. Nesse dia, a Vigilância em Saúde informou que estava fiscalizando campos de futebol e escolas próximas às áreas ribeirinhas do município.

Na última segunda-feira (3), o município suspendeu as aulas da Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro, localizada ao lado do parque da ilha, devido ao risco de infestação. Contudo, a Prefeitura afirmou que não foram encontrados carrapatos no local. Nesta segunda-feira (10), os mais de 200 alunos da instituição foram transferidos para uma Escola Estadual na cidade.

Na quarta-feira (5), a Prefeitura suspendeu as atividades em campos de futebol de dois clubes da cidade devido ao risco de que a infestação do carrapato chegue a esses locais.

Ainda foi interditado o campo da Associação de Moradores do Bairro Danilo Passos.

A Secretaria Municipal de Saúde declarou em nota que está reforçando o trabalho educativo sobre os perigos da febre maculosa distribuindo panfletos e cartazes nas áreas consideradas críticas.

Ministério Público

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou em julho um procedimento para apurar as medidas que a Prefeitura de Divinópolis vem adotando no controle de carrapatos, transmissores da febre maculosa, e da população de capivaras, principal hospedeiro do aracnídeo.

Segundo o MPMG, cabe ao Município a adoção de medidas de prevenção e controle da doença, além de assistência aos pacientes. As secretarias municipais de Meio Ambiente e Saúde foram notificadas sobre a instauração do procedimento, conforme o órgão.

Em nota, as promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e da Saúde, que vão conduzir a fiscalização, comunicaram que as respostas dadas pelas secretarias municipais serão analisadas e, caso as medidas tomadas pelo Executivo não estejam de acordo com a legislação ambiental ou sanitária, providências serão adotadas pelos promotores responsáveis.

Doença do carrapato

A febre maculosa, ou febre do carrapato, é causada por uma bactéria que se hospeda em três espécies de carrapatos, sem o mais comum o carrapato-estrela. O aracnídeo, por sua vez, é encontrado em animais silvestres e domésticos.

Os primeiros sintomas da doença, como febre, vômito, dor muscular e manchas vermelhas pelo corpo, aparecem após sete dias da picada e pode acarretar falências renais e hepáticas e até a morte, caso não seja tratada a tempo.

Não só o carrapato adulto, mas também a larva e a ninfa do carrapato podem transmitir a febre maculosa e o controle do aracnídeo é a única forma de evitar a proliferação da doença.

 

Fonte: G1||

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