O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (25) a inclusão de dois novos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento contra a hepatite C, que é transmitida principalmente por via sanguínea (transfusão, compartilhamento de objetos não esterilizados e uso de drogas). Segundo o ministério, o telaprevir e o boceprevir vão beneficiar, a partir do ano que vem, 5.500 pacientes com cirrose e fibrose avançada, que podem correr risco de morte.
Os medicamentos possuem eficácia de até 80%, contra cerca de 40% dos remédios usados até agora. Em todo o Brasil, há cerca de 1,5 milhão de infectados pela hepatite C.
Anualmente, são notificados cerca 33 mil casos dos cinco tipos de hepatite (A, B, C, D e E). A hepatite C se concentra na população acima de 40 anos e é responsável por 70% das hepatites crônicas, 40% dos casos de cirrose e 60% dos cânceres primários de fígado. Pode levar de 20 a 30 anos desde a infecção para que o paciente desenvolva cirrose hepática, sem o aparecimento de nenhum sintoma que indique isso. De 1999 a 2011, houve 82 mil casos, dos quais cerca de 90% no Sudeste e Sul. Nos últimos cinco anos, houve, anualmente, 10 mil novos casos e 2.000 mortes. Desde 2000, já são 17 mil mortes no total.
Segundo o ministério, a maior parte das notificações no país é por hepatite B, tipo transmitido por meio do contato com sangue contaminado (por meio de seringas, transfusões ou ferimentos), do contato sexual (através das secreções contaminadas) e pela transmissão vertical (de mãe para filho durante a gestação ou parto). De 2007 a 2011, foram registrados 14 mil casos e 500 mortes provocadas pela hepatite B em média por ano. Entre 1999 e 2011, o Brasil teve 120.343 notificações. Há mais casos entre os homens do que entre as mulheres, e a incidência é maior na região Sul, seguida pela Norte.
A hepatite A afeta principalmente crianças de 5 a 9 anos, faixa etária que corresponde a 36,8% do total. De 1999 a 2011, foram 138.305 casos. Em 2011, 31 pessoas morreram devido à doença. A cada ano, numa média calculada a partir dos números dos últimos cinco anos, há 7.000 casos de hepatite A no Brasil; o Norte apresenta a maior incidência e o Sudeste, a menor.
A hepatite D – que atinge apenas quem já é portador do tipo B – registrou 2.197 casos entre 1999 e 2011. Somente no ano passado foram 360 novas infecções. Na média dos últimos cinco anos, a taxa anual foi de 39 óbitos. Desde 2000, 303 pessoas morreram em decorrência da doença.

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