Os vereadores Eugênio Vilela/PV e José Gilmar Furtado (Mazinho/DEM) retiraram suas assinaturas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o chefe de Gabinete, Sheldon Geraldo de Almeida. A comissão foi criada na segunda-feira passada (27) durante a reunião da Câmara Municipal, devido a uma denúncia anônima, e contou ainda com as assinaturas dos vereadores Reginaldo Henrique dos Santos (Dr. Reginaldo/PCdoB), que pediu a abertura da comissão, e de Edmar Ferreira/PT.
Ainda na segunda-feira (27), os dez vereadores receberam a denúncia anônima apontando irregularidades do chefe de Gabinete com dinheiro público, como o bloqueio de verbas para calçamentos de ruas.
Na sexta-feira (2), Eugênio Vilela protocolou um requerimento na Câmara Municipal solicitando a retirada de sua assinatura. ?Assinei, porque até o Disque Denúncia aceita denúncia, depois revendo isso, para que haja uma CPI é preciso que tenha um denunciante para haver a abertura de uma CPI, e não há pelo fato de ser uma carta anônima. Para uma CPI ser válida, é preciso a assinatura de um terço de vereadores?, explicou.
José Gilmar Furtado (Mazinho/DEM) fez o pedido durante a reunião do Legislativo nesta segunda-feira (5), para que a sua assinatura fosse retirada. ?Denúncia anônima não existe um denunciante e quem é que vai vir depor?? indagou o vereador.
Moacir Ribeiro saiu em defesa de Sheldon Almeida. ?É uma injustiça muito grande que estavam cometendo contra o Sheldon. Ele não tem poderes para bloquear verbas não. Nem conseguindo as verbas o prefeito não está gastando. O Sheldon não ia nunca fazer um ato dessa natureza. Nossa função é fiscalizar o que foi assinado aqui, no caso do ex-procurador desta Casa [José Márcio Caputo em relação a CPI da Comunicação]. Amanhã vai começar a chegar denúncia anônima aqui e isso vai virar brincadeira. Isso foi uma covardia. CPI tem que ser feita com seriedade, já fizemos umas quatro aqui nesta Casa, agora fazer CPI ao Deus dará sem assinaturas. Quem está mandando isso para cá é um covarde, um medroso. Isso é coisa de homem medroso, pois mulher não teria coragem de fazer isso não. Quem quiser fazer denúncia que faça por escrito e que não fique mandando papel não?, disse Moacir.
O presidente do Legislativo Gonçalo Faria/PSB disse que se outros dois vereadores quisessem assinar a CPI, que o mesmo fosse feito até as 17h, desta terça-feira (6), o que não ocorreu, com isso, a CPI se torna nula. ?Caso fique com apenas duas assinaturas de vereadores, automaticamente a CPI não pode ser criada. O prazo termina nesta terça, pois foi publicado na sexta-feira (2) e tem 48 horas [em dias úteis] para os partidos indicarem outras assinaturas. Caso contrário a CPI contra o Sheldon Almeida não deverá ser instaurada. Isso é uma vontade pessoal de um vereador e eu não posso contestar essa vontade?, explicou.
Procurado pela redação do jornal, o chefe de Gabinete, Sheldon Almeida, disse que ?na realidade estava tranquilo quanto à CPI, pois os fatos narrados na carta sequer existiram. Quero agradecer aos dois vereadores Eugênio Vilela e José Gilmar Furtado pelo discernimento. Isso foram calúnias e fatos que não aconteceram?, disse.
Outra CPI
O pedido para a abertura de uma CPI da Comunicação também foi feito na semana passada, pelo ex-advogado da Câmara Municipal, José Márcio Caputo.
Os quatro vereadores que assinaram o requerimento foram: Eugênio Vilela, Mazinho e os peemedebistas Moacir Ribeiro e Mauro César.

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