Uma mulher de 34 anos e um homem, de 23, foram presos em ação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), na noite de terça-feira (2), pelos crimes de aborto e ocultação de cadáver. O feto foi localizado na manhã de segunda-feira (1), em uma calçada no bairro Cardoso, na região do Barreiro, capital. A mulher, mãe da criança, alegou ter cometido o crime porque estava desempregada e, por isso, não tinha condições de criar o filho.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o suspeito descartou uma sacola no local onde o feto foi encontrado. “Em posse dessas imagens, os policiais passaram a entrevistar moradores do bairro Cardoso, onde o rapaz [suspeito] é bem conhecido”, contou o chefe da Divisão Especializada de Investigação de Crimes Contra a Vida (DICCV), Frederico Abelha, que ainda acrescentou: “a equipe descobriu onde ele morava, foi até a casa dele e o entrevistou. Ele não negou os fatos e ainda deu o nome da mãe da criança”.

Com essa informação, a equipe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi até o endereço indicado, onde mora a suspeita. Diante das evidências, ela confirmou a autoria do crime e contou que o filho seria fruto de um relacionamento breve, que durou cerca de um mês. Ainda segundo a mulher, quando ela procurou pelo pai da criança, recebeu a orientação para que tomasse alguns chás de efeito abortivo. Ela disse que chegou a ingerir as ervas indicadas, mas que não tiveram nenhum efeito.

Segundo Abelha, a mulher então procurou ajuda com o suspeito de 23 anos que, juntamente a uma terceira pessoa, indicou a aquisição de um medicamento conhecido pela capacidade abortiva. Levantamentos apontam que ela teria tomado dois comprimidos do remédio, adquiridos ao valor de R$ 700.

O delegado que coordena as investigações, Alexandre Fonseca, explicou que ela teve o cuidado de usar uma fralda geriátrica para não sujar a casa. “Ele [o suspeito] colocou os objetos – a fralda geriátrica com sangue, o edredom e o feto propriamente dito – em pontos-chave, em relação a ele e a suspeita. Ele deixou a fralda geriátrica ensanguentada na porta da casa dele, em um lixo; o edredom ele colocou na porta da casa da mãe da suspeita; e o feto ele colocou na porta da casa da avó da suspeita”, detalha Fonseca. Segundo o delegado, o suspeito alegou ter feito isso para que a família da mulher ficasse sabendo sobre o aborto. O objetivo era se vingar da suspeita, que teria espalhado no bairro que ele era soropositivo. A versão do homem ainda será investigada.

A suspeita foi hospitalizada para cuidados médicos e a polícia irá investigar onde eles adquiriram o medicamento utilizado no aborto. Os dois presos não têm antecedentes criminais e a terceira envolvida no crime ainda não foi localizada.

Fonte: Policia Civil

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