Usando o nome da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), na região do Campo das Vertentes, criminosos virtuais tentam enganar internautas com uma promessa de emprego. Eles exigem das vítimas um pagamento antecipado, no valor de R$ 100, chamado de taxa de cadastramento única. A Polícia Civil de São João Del Rei investiga o caso, que atinge estudantes de outras cidades e professores de fora de Minas Gerais.
O e-mail enviado pelos golpistas oferece vagas para trabalhar na aplicação de provas de concursos e vestibulares. No remetente, o endereço que aparece é extensã[email protected], criado de maneira fraudulenta. A única diferença para a conta real ([email protected]) é o til. Quem assina o e-mail falso é Marcos Vieira Silva, pró-reitor de extensão e assuntos comunitários da UFSJ.
Silva, que realmente exerce o cargo, tomou conhecimento de que seu nome estava sendo usado indevidamente na semana passada, depois que pelo menos oito alunos e professores da instituição o procuraram para saber se a oferta era verdadeira. Após verificar que era uma fraude, e não um vírus, fui imediatamente à polícia registrar a ocorrência, disse.
Para concorrer ao suposto emprego, o interessado deveria enviar seus dados para Fernando Wypych, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os dois e-mails parecem ter sido verdadeiramente criados pelo docente, mas são falsos.
No dia 29 de setembro, uma estudante de doutorado da Universidade Federal de Viçosa (UFV) que recebeu a proposta enviou uma mensagem para Wypych alertando-o sobre a fraude. Meu nome é usado desde 2009. Ninguém mais do que eu quer ajudar a polícia a identificar e punir esses estelionatários, afirma a doutoranda.
Segundo Wypych, já se sabe que a conta dada para depósito é de um banco em Salvador, na Bahia. Nomes de outras instituições, inclusive da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já foram envolvidos no esquema anteriormente.
Crimes cibernéticos crescem 91,6% em Belo Horizonte
A Delegacia Especializada em Investigações de Crimes Cibernéticos (Deicc), em Belo Horizonte, informou não ter sido comunicada sobre a fraude que envolve o nome da UFSJ.
De acordo com o delegado Pedro Paulo Marques, as investigações deverão se concentrar na Bahia, caso fique confirmado que a quadrilha age lá. Até o momento, não recebemos queixas de pessoas que caíram nesse golpe.
Delitos praticados com o uso da internet estão cada vez mais comuns no Estado. Entre 2009 e 2010, a quantidade de inquéritos registrados pela Deicc aumentou 91,6%, subindo de 334 para 640 casos. Até setembro, segundo Marques, foram instaurados 510 inquéritos.
O delegado recomenda aos internautas que fiquem atentos à grafia dos endereços de e-mail e desconfiem de pedidos de pagamento antecipado. (JT)

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