As grandes empresas dos setores de mineração e do agronegócio têm sido beneficiadas pelos recordes de demanda e de cotações das commodities, e pela majoração da cotação do dólar.

Os produtos nacionais estão inseridos no comércio internacional e a maior demanda e cotações têm feito o encarecimento dos preços no mercado interno, pois o produtor está atento à precificação dos produtos (no mercado interno e externo) e é livre para vender onde encontrar o melhor preço.

No site “Notícias Agrícolas” (https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes) é possível consultar e comprovar a alta do valor dos preços agrícolas.

Nas datas de 02/03/2020 e 01/06/2021 tivemos reajustes da saca de 60 kg, do café, em Guaxupé-MG, de R$ 555,00, para R$ 917,00, com aumento de preço de 65,22%. A saca com 60 kg, do arroz, tipo agulhinha, em São Paulo, passou de R$ 129,00, para R$ 184,00, com aumento de preço de 42,63%. A saca com 60 kg, do feijão carioca tipo 1, passou de R$ 189,16, para R$ 260,69, com aumento de 37,81%. A saca com 60 kg, da soja, no Paraná, passou de R$ 83,91, para R$ 168,91, com aumento de 101,29%. Um quilo de frango congelado, passou de 4,95, para R$ 6,91, com aumento de 39,59%. O preço do litro de leite ao produtor passou de R$ 1,4274, para R$ 2,055, com aumento de 43,96%. A arroba da carne bovina passou de R$ 204,15, para R$ 313,00, com aumento de 53,31%.

Essas evoluções das cotações foram replicadas nas gôndolas dos supermercados e somadas ao desemprego e a perda de renda de pessoas físicas e jurídicas devido à pandemia, geraram perda de poder de compra do consumidor.

As dificuldades internas poderiam ser minimizadas com a reativação pelo governo da compra de alimentos pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), com compra e estocagem na safra a preços atrativos, de preferência dos pequenos produtores, e venda na entressafra para aliviar a disparada dos preços.

O governo comemora os bons números do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado mostra desenvolvimento econômico nacional desigual, com pleno desempenho do agronegócio e mineração, mas com diminuição dos setores de serviço, indústria e do consumo interno, sem os ganhos refletirem na melhoria de vida para o povo em geral.

Apesar de tudo, o governo não tem política pública para sanar o desenvolvimento desigual.

Para os setores empresariais propõe empréstimos e não adota ações para reativar o setor de serviços, da indústria e o consumo interno.

Para a população em geral propõe soluções paliativas, de melhoria do bolsa família e de postergar o auxílio emergencial. Elas são importantes, no curto prazo, mas o povo não pode ficar dependente eternamente, ele quer ter renda a partir de seus esforços, seja em pequenos negócios urbanos ou rurais, ou por ter condições salariais dignas, emprego, ensino para capacitar e reciclar, enfim, todos querem se sentir dignos ao auferir e contribuir para o desenvolvimento nacional.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

COMPATILHAR: