Desde 2013 o Brasil vive uma crise política, a ponto de afugentar e atrasar investimentos importantes para o desenvolvimento.

A crise política gerou a aceleração do ímpeto da “antipolítica”, do endeusamento de candidatos falastrões. Foram marcadas pelas investidas da Operação Lava Jato, primeiro com o objetivo de combater a corrupção, com operações midiáticas, e, com o tempo, influenciou diretamente o resultado das urnas. Ao final, ocorreu a proclamação de um presidente pertencente a velha política, e, ao exercer o cargo, protagonizou atos impensáveis, como desacatos a jornalistas e autoridades de outros países, ataques às instituições democráticas, negligência no trato da crise do coronavírus, etc.

Felizmente, a cada eleição, temos o fortalecimento da democracia e na última votação, não foi diferente.

Findo o segundo turno do pleito de 2020, tivemos o declínio da dita “antipolítica”, com o arrefecimento de radicalismos, onde candidatos apoiados por Bolsonaro perderam a escrutínio, e, pela primeira vez, desde a redemocratização em 1985, o Partido dos Trabalhadores (PT) deixou de eleger um prefeito nas capitais.

Além disso, ocorreu o aparecimento e fortalecimento de novas lideranças, como em São Paulo (Bruno Covas e Guilherme Boulos), em Belo Horizonte (Kalil), em Porto Alegre (Manuela d’Ávila), em Recife (João Campos).

No geral, a votação de 2020 acarretou a vitória dos partidos de centro, como PSDB, MDB, PP, DEM, e houve a aversão a aventureiros e radicalismos.

Bruno Covas, escolhido prefeito de São Paulo, discursou, após o resultado do segundo turno, e disse ter tido uma vitória sem ódio, sem negacionismo e de acordo com a ciência: “Meu avô dizia que é possível conciliar política e ética, política e honra, política e mudança. Eu agora acrescento: é possível fazer política sem ódio. É possível fazer política falando a verdade… As urnas falaram, e a democracia está viva. São Paulo mostrou que restam poucos dias para o negacionismo e para o obscurantismo. São Paulo disse sim à democracia. São Paulo disse sim à ciência. São Paulo disse sim à moderação. São Paulo disse sim ao equilíbrio. Hoje é dia de celebrar a nossa vitória. A vitória do povo de São Paulo.

Esse discurso sintetiza o otimismo dos candidatos nomeados, com a crença de fazer um governo para todos e atender aos clamores das pessoas, principalmente os mais pobres.

Os sufrágios deixam decepções, como a não escolha do nosso candidato preferido ou, tendo sido designado o nosso escolhido, constatamos depois ele exercer um mandato dissonante de nossos anseios. Apesar de tudo, a esperança de dias melhores nos enche de coragem e esperança pela certeza de realização de novas e futuras eleições democráticas. Por tudo isso, a democracia é superior a qualquer ditadura, seja de esquerda ou de direita, onde os clamores populares são ignorados e os governantes não são eleitos.

 

 

COMPATILHAR: