Donald Trump, nos quatro anos como presidente dos Estados Unidos (EUA), consolidou forma inimaginável de fazer política. Transformou o poder em centro de desinformação, de estímulos à violência e à mentira, de discursos preconceituosos, negou a ciência e atacou adversários. O resultado é o aumento e a união dos seus inimigos.

Em seu governo, os Estados Unidos, maior democracia do mundo, passou a ter fortes receios de enfraquecimento e destruição de suas instituições democráticas (tangíveis e intangíveis).

Na economia, ele diminuiu impostos das empresas e das pessoas mais ricas, desestimulou as empresas terem unidades em outros países, promoveu desglobalização, planejou e não conseguiu fazer um muro na fronteira com o México. Os efeitos econômicos de sua política foram desfeitos pela pandemia do coronavírus.

Sua gestão é um fracasso no combate à pandemia e transformou os EUA no primeiro colocado em número de mortos, com mais de 230 mil americanos e mais de 9 milhões de pessoas infectadas. Teve descaso com as vítimas. Durante a campanha fez grandes comícios sem medidas de distanciamento social. A eleição reprovou os seus atos impensados contra as medidas sanitárias e foi derrotado nas cidades mais afetadas pelo coronavírus.

As eleições nos EUA não têm órgão nacional centralizador, cada estado atua de forma independente, o vencedor é divulgado pela imprensa, a qual publicou ter Biden ganhado no número de votos e de delegados. A eleição mesmo se dá no Colégio Eleitoral, em reunião no dia 14 de dezembro, onde votam, em bloco, os representantes de cada estado. 

Devido ao coronavírus houve votação recorde antecipada pelo correio. Trump, com o temor de as cédulas enviadas pelo correio serem de maioria democrata, cantou vitória com os resultados parciais favoráveis, recorreu à Justiça para parar a contagem dos votos, sob a alegação dos democratas terem estimulado o voto antecipado pelo correio e ser ele vulnerável à manipulação. O mais nocivo foi a tentativa de Trump apontar fraudes, sem apresentar provas, e não ter aceito civilizadamente a derrota.

As instituições democráticas americanas estão fortes, mas o resultado da atual disputa importou muito, pelo fato de estarem em disputa candidatos com posições opostas sobre as regras democráticas, onde Trump repudia veementemente a segui-las e Biden sempre as respeitou. A não aceitação de Trump do resultado das eleições, é a repetição de tudo que aconteceu em seu governo.

Também, um novo mandato de Trump e suas atitudes estimularia ditadores de outros países, apesar de Biden não significar o fim da sanha americana para dominar todos os quadrantes do planeta.

Biden fez discurso de união. Trump continua a não ter um poder aglutinador e, o ideal, é tudo que ele representa ter sido também derrotado. A única certeza é a cada eleição vermos a democracia sair fortalecida.

Euler Vespúcio Advogado Tributarista eulervespucio.com.br

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