Eleitores retornam às urnas em quatro dos 853 municípios de Minas no próximo domingo (29) para escolher prefeitos. Em Contagem e Juiz de Fora, ambas com a presença de mulheres do PT na disputa, Governador Valadares, com um dos concorrentes ausente da campanha por causa da Covid-19, e Uberaba, onde o pleito ganha dimensão estadual, candidatos seguem em busca dos votos e usam os últimos dias da curta campanha para garantir votos e ampliar o arco de alianças políticas.

Em Contagem, na Grande BH, a briga é entre a deputada estadual Marília Campos (PT) e o advogado Felipe Saliba (DEM). Ex-prefeita da cidade de 2005 a 2012, Marília obteve a liderança dos votos no dia último dia 15 – com 41,3% – e recebeu apoios importantes de oponentes como Dr. Wellington Ortopedista (Republicanos), terceiro colocado no 1º turno, e Ivayr Soalheiro (PDT), além do senador Antonio Anastasia (PSD). 

A petista tem aumentado a presença nas ruas e elevado o tom das críticas ao adversário, que prometeu isenção tributária, se eleito. “É uma irresponsabilidade propor o fim da cobrança do IPTU. Primeiro, porque não tem respaldo legal e, segundo, porque vai causar um impacto maior nos setores produtivos da cidade, que irão pagar a fatia necessária para fechar a conta”, destaca.

Com o apoio dos senadores Carlos Viana (PSD), correligionário de Anastasia, e Rodrigo Pacheco (DEM), Saliba critica as alianças da adversária, classificando-as como “pouco republicanas”. Candidato estreante a cargo público, Saliba adota o lema de ser o novo que a cidade precisa. O candidato ainda rejeita semelhanças com o atual prefeito Alex de Freitas (sem partido) e prefere destacar as próprias características. “Não tenho histórico político, não tinha filiação política e sempre vivi do trabalho na iniciativa privada. Não queremos que Contagem se torne resistência, quero que a cidade se torne referência”, enfatiza.

Juiz de Fora
Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, o 2º turno se dá entre representantes do mesmo campo ideológico: a ex-prefeita Margarida Salomão (PT) e Wilson Rezato (PSB). Enquanto a petista recebe apoio de partidos mais à esquerda, como PCdoB, PSOL e PSTU, Rezato tem aliança dos três senadores mineiros.

Já em Valadares, no Vale do Rio Doce, o atual prefeito e candidato à reeleição André Merlo (PSDB) briga pela cadeira com o atual vice-prefeito e ex-aliado Dr. Luciano (PSC). Internado com Covid, o tucano ficou de fora da primeira semana de campanha. Para tentar atrair o eleitorado, conta com o vice na chapa, David Barroso (DEM), para elogiá-lo. “Tem gente que pularia do barco na primeira adversidade”, disse Barroso, em recente programa. 

Já Dr. Luciano opta por intensificar atos de rua e criticar a gestão do adversário na prefeitura. “O problema da atual gestão é que não se preocupa com as pessoas, não tem planejamento. Vou governar para toda cidade: da cidade aos distritos”, afirma.

Guerra entre concorrentes no Triângulo

Se as características da disputa pelo 2º turno estão mais relacionadas a questões locais em Contagem, Juiz de Fora e Valadares, em Uberaba, no Triângulo, a concorrência entre o ex-deputado estadual Tony Carlos (PTB) e Elisa Araújo (Solidariedade) pode extrapolar o campo municipal e tornar-se ensaio para o embate pelo governo estadual, em 2022. 

Isso porque os dois candidatos receberam apoios explícitos do governador Romeu Zema (Novo) e do prefeito da capital Alexandre Kalil (PSD). 
Zema esteve em Uberaba ontem e participou de um ato de campanha de Elisa Araújo. A candidata afirma que “conta com o apoio do governador para garantir recursos e parcerias para a administração municipal”. Já Tony Carlos anunciou esta semana o endosso de Kalil. “Temos apoios importantes no Estado, como o do Kalil, do Adalclever Lopes (ex-presidente da ALMG), mostrando que somos uma alternativa real para a cidade”, destaca o candidato do PTB.

Para o cientista político Rudá Ricci, o embate em Uberaba é, de fato, um teste para Zema, que precisa mostrar força em área considerada como sua base eleitoral (ele é de Araxá). “Vencer a disputa é fundamental para mostrar sua força”, diz Ricci.

Da mesma forma, segundo o analista, o apoio de Kalil em Uberaba é estratégico na construção de uma candidatura ao governo mineiro, possivelmente concorrendo com Zema. “Kalil foi reeleito com todos sabendo que é candidato em 2022. Ampliar os apoios no Estado é fundamental desde já”, enfatiza.

Fonte: Hoje em Dia

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