A Prefeitura de Divinópolis, na região Centro-oeste do Estado, instaurou uma comissão para investigar a existência de cerca de 200 casos de fraudes no cadastro de vacinação contra a Covid-19 no município. Caso as irregularidades sejam constatadas, os casos podem parar no Ministério Público Federal (MPF). De acordo com o executivo municipal, há indícios de que pessoas sem comorbidades, estudantes de períodos iniciais de cursos ligados à área da saúde e até homens que se passaram por grávidas e puérperas tenham tentado burlar o sistema de vacinação.

De acordo com o assessor especial do gabinete da prefeitura, Fernando Henrique, a prefeitura já tem fortes indícios de que essas irregularidades tenham mesmo ocorrido. “O que nos levou a desconfiar da existência deles, foi a conferência dos documentos durante a triagem que ocorre antes da aplicação dos imunizantes. Percebemos, por exemplo, estagiários matriculados ainda no primeiro período do curso da área da saúde que declararam estar estagiando. A gente sabe que não é comum estágio nos primeiros períodos da faculdade”,  explicou.

Em relação às comorbidades, a prefeitura também notou que quanto menor a idades das pessoas que se cadastravam nessa categoria, maior o número de pessoas doentes. “Pessoas com pressão alta e diabetes. É o contrário do que a gente sabe que é a realidade. Além disso, vimos muitos laudos médicos sem especialistas. Por exemplo, um médico pediatra fornecendo receita pra cardiopata. Esses tipos de documentações é que nos fizeram desconfiar de que estavam ocorrendo possíveis fraudes”, pontuou Fernando Henrique.

O Executivo de Divinópolis também informou que 17 homens chegaram a se cadastrar como grávidas ou puérperas no sistema da prefeitura para furarem fila e receber os imunizantes, mas ainda na triagem eles foram impedidos de serem vacinados.  

“Depois de avaliar todos os casos, aqueles que tiverem um indício mínimo da prática de algum tipo de crime vão ser encaminhados para o Ministério Público Federal para que sejam adotadas as medidas legais”, finalizou o assessor especial do gabinete da Prefeitura de Divinópolis, Fernando Henrique.

Fonte: O Tempo

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